São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997
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Quadrilha é presa por vender água como remédio

DA SUCURSAL DO RIO

A polícia do Rio prendeu anteontem uma quadrilha que vendia, em embalagens falsificadas, água como se fosse remédio para tratamento de cancerosos.
O remédio Granulokine, da Roche, é importado da Suíça. Cada caixa com cinco frascos custa, no Brasil, de R$ 700 a R$ 800.
O medicamento é usado para atenuar os efeitos da quimioterapia sobre a capacidade de defesa do organismo dos pacientes com câncer.
Desde maio, a Roche brasileira vinha recebendo reclamações de pacientes sobre a ineficácia do remédio.
O laboratório concluiu, a partir de amostras, que havia levas falsas do Granulokine no mercado e deu queixa à polícia.
Na última terça-feira, a Roche comunicou à polícia que uma paciente de Volta Redonda (134 km a noroeste do Rio) tinha reclamado do remédio que comprara.
Por intermédio do médico que forneceu o produto falso, a polícia chegou ao entregador Róbson Coury Dantas, funcionário da Novamédica Produtos Hospitalares, de propriedade de Alcides Arrabal Fernandes Júnior.
A empresa não possuía a nota fiscal de compra dos remédios.
A partir deles, a polícia chegou a outros elos da cadeia: Luís Jorge Duarte Machado, que forneceria os medicamentos falsos à Novamédica, e Vágner Luís de Oliveira Almeida, dono de uma farmácia no morro da Mineira (Catumbi, centro do Rio), que entregaria o produto a Machado.
Os quatro estão presos sob acusação de formação de quadrilha, receptação e venda de substância medicinal falsificada.
Segundo o delegado Pedro Paulo Pinho, que investiga o caso, falta ainda descobrir o fabricante das embalagens falsas e o responsável pela colocação da água nos frascos.

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