São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997 |
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Volks quer reduzir margem de revenda
SÉRGIO LÍRIO; CLÁUDIA VARELLA
O diretor de recursos humanos da montadora, Fernando Perez, disse ontem que a empresa estuda a redução das margens repassadas às concessionárias. "Estamos estudando uma série de economias e entre elas pretendemos negociar as margens em toda a cadeia", disse Perez. A Folha não conseguiu localizar a diretoria da Assobrave (a associação dos revendedores da marca) para comentar o assunto. A Volks estima queda de 40% em suas vendas nos últimos dois meses e a continuidade de um volume baixo no primeiro trimestre. Em novembro, a empresa vendeu 26.326 automóveis para as concessionárias, segundo informação da montadora. Para se adequar à queda nas vendas e evitar a demissão de 7.000 trabalhadores, a empresa está tentando negociar com os funcionários uma redução de 20% nos salários e na jornada. Pela proposta, a redução dos rendimentos recairia sobre o 13º salário, o adicional de férias e a PLR (Participação nos Lucros e Resultados). A empresa quer também terceirizar mais 3.000 empregados, que seriam transferidos para uma empresa criada pela própria montadora, por enquanto chamada de Volkswagen Serviços. Reunião Diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tiveram ontem à tarde uma reunião de detalhamento da propostas com a direção da Volkswagen, em São Bernardo (Grande São Paulo). Segundo a Agência Folha apurou, a reunião, que durou cerca de uma hora, já havia sido agendada na última segunda. A próxima reunião foi marcada para a próxima terça, em local a ser definido. O coordenador da comissão de fábrica, Clarindo Ferreira Prado, 43, disse que foram criadas na reunião duas comissões (uma dos trabalhadores e outra da empresa) para "dar sequência às negociações" até o final do mês. Segundo a Folha apurou, uma das alternativas que o sindicato dos metalúrgicos pensa em levar à Volks é a demissão de aposentados que trabalham na empresa. A empresa tem 5.000 pessoas nessa situação, muitos deles com idade entre 35 e 40 anos. Para o sindicato, essas pessoas, além da aposentadoria, ainda teriam chance de conseguir outros empregos. Fernando Perez, porém, disse que não está nos planos da empresa incluir os aposentados na discussão. "A maioria dos aposentados está na faixa dos 45 anos. Se mando essas pessoas embora, onde eles vão arrumar emprego?", pergunta Perez. Câmara setorial Na reunião de ontem, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, também teria o apoio da Volks para pressionar o governo a reativar a câmara setorial do setor. A Volks, que como toda multinacional evita se meter em temas políticos, não deu garantias de que apoiaria a idéia. "Não é feitio da empresa fazer greve de fome", disse Perez. A CUT, aliás, tem sido uma voz quase que isolada na defesa das câmaras setoriais, uma comissão que reúne governo, empresas e trabalhadores para discutir soluções para determinado setor. Ontem, durante um evento em São Paulo, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que o governo não pensa em reativar as câmaras setoriais. (SÉRGIO LÍRIO e CLÁUDIA VARELLA) Texto Anterior: Nortel fatura no país US$ 800 milhões em 97; Greve no porto acaba após proposta do TRT Próximo Texto: Governo descarta câmara setorial Índice |
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