São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997
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Molins fecha fábrica e dispensa 150

CLAUDIA VARELLA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

A Molins do Brasil anunciou que encerrou, às 17h de ontem, as atividades de produção em sua única fábrica no Brasil, em Mauá (Grande São Paulo). Todos os 150 metalúrgicos foram demitidos.
Instalada havia 43 anos em Mauá, a Molins fabrica máquinas para as indústrias de embalagens e de tabaco. A matriz da empresa fica na Inglaterra.
Em nota divulgada à imprensa, a Molins diz que a decisão é "consequência dos altos custos para manter a fabricação de máquinas na região, onde os custos produtivos perderam consideravelmente a competitividade em relação aos preços praticados nos mercados interno e externo".
Cleinaldo Simões, porta-voz da empresa, negou que o fechamento da fábrica tenha relação com o pacote econômico do governo.
Simões disse que a Molins vai continuar seus negócios no país, mantendo base de vendas e serviços para atender clientes no Brasil e na América Latina.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, lamentou a decisão e disse: "Ficou tão fácil importar neste país, né?".
A Fastplas, que produz autopeças de plástico para as montadoras, também demitiu 110 de seus 377 funcionários, em Diadema (Grande São Paulo).
Neste mês, a produção da empresa está totalmente paralisada. A capacidade de produção da Fastplas é de 900 jogos de pára-choques por dia.
O gerente de Recursos Humanos da empresa, José Nelson Costa, 40, disse que houve uma queda de 40% dos pedidos em novembro e total neste mês. Segundo ele, 90% da produção da empresa é comercializada com a Volkswagen.
"Não houve pedidos das montadoras para este mês. As demissões foram necessárias, pois não vemos perspectivas de retomada de mercado nos próximos quatro meses."
Além das demissões, 155 pessoas entraram em licença remunerada do último dia 2 até 4 de janeiro.
A Sofruta, quarta empresa do país na produção de derivados de tomate e frutas, anunciou a demissão de 57 funcionários em José Bonifácio (480 km de São Paulo), como medida de ajuste ao pacote.
A empresa, que tinha 608 empregados antes das demissões, pertence a um grupo de empresários chilenos e norte-americanos e a uma família brasileira.
Em assembléia, os funcionários aceitaram a proposta patronal de implantar o "banco de horas", para evitar mais demissões.
"Estamos em uma economia de guerra. Alguém tem de morrer", disse o diretor-presidente da empresa, Nelson Bonamin.

Colaborou a Agência Folha em São José do Rio Preto

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