São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997
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Desembolso do BNDES cresce quase 60%

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá fechar o ano com R$ 15 bilhões aplicados em financiamentos, um volume quase 60% superior ao de 1996.
Caso esta quantia se confirme, o BNDES será o banco de fomento que mais destinou recursos no país em 1997, com dispêndio 30% maior que o do Banco Mundial.
A expectativa para 1998, segundo o diretor de planejamento do BNDES, Sérgio Bessermann, é a de que o banco destine ao setor privado e público o mesmo volume de recursos aplicados em 1997.
Os recursos do BNDES, disponíveis a taxas significativamente mais baixas que as do sistema financeiro privado, vem servindo como um dos pilares de sustentação da atual política econômica.
O BNDES, por exemplo, emprestou para empresas disputarem leilões de privatização e para operações de comércio exterior (exportações).
Na época do crash global, com a queda do mercado acionário brasileiro, o banco criou uma linha de crédito para empresas listadas na Bolsa recomprarem suas ações.
Crise dos mercados
"Os efeitos da crise asiática vão reduzir a atividade econômica no Brasil, mas o banco se esforçará para manter a atual taxa de investimentos", disse Bessermann.
O banco, de acordo com o diretor, vai ser obrigado a elevar suas taxas de juros no próximo ano, mas não a ponto de inviabilizar o financiamento.
"A TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) vai subir com a crise, mas não deverá passar de 10%", avaliou. Hoje ela é de 9,89%.
Segundo o diretor do BNDES, deverá prevalecer entre o empresariado nacional a avaliação de que a crise é conjuntural e os investimentos são feitos com perspectivas de longo prazo.
O BNDES obtém de 5% a 10% de seus recursos por meio de captação no mercado internacional, mas, segundo Bessermann, essas operações não deverão ser afetadas diante da crise de liquidez internacional.
"Podemos captar mais por meio de organizações como o Banco Mundial e deixar de lado as captações no mercado privado, que estão mais difíceis", disse.
Grande parte dos financiamentos do BNDES vão também para novos investimentos industriais, para as empresas privatizadas e para operações de antecipação de receita orçamentária.
Apesar de prever a manutenção do volume total de financiamento para o próximo ano, o BNDES pretende dobrar a quantia destinada ao comércio exterior.

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