São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997 |
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Paquito D'Rivera debuta na música de câmara
CARLOS BOZZO JUNIOR
Paquito aceitou e, com o uruguaio Pablo Zinger (maestro e pianista) e o brasileiro Gustavo Tavares (violoncelo), tocou clarinete em seu primeiro trabalho de música de câmara: "Chamber Music from the South". O CD, lançado pelo selo Mix House, apresenta composições de Paquito e de compositores clássicos latino-americanos, como Astor Piazzolla, Osvaldo Lacerda, Carlos Guastavino e outros. Paquito está no Brasil para fazer três shows gratuitos, dois em São Paulo e um em Belo Horizonte. Leia, a seguir, trechos da entrevista do músico, que este ano ganhou um Grammy na categoria de melhor intérprete de jazz latino. * Folha - Como o público reagiu à apresentação desse seu último trabalho, em Nova York, no dia 24? Paquito D'Rivera - Eles adoraram e se surpreenderam. Nossa música é muito atrativa e tem muita qualidade. Eles não conhecem os compositores clássicos latino-americanos, com exceção de Heitor Villa Lobos. Folha - Qual é a relação entre jazz e música de câmara? D'Rivera - Eu cresci ouvindo jazz e outros tipos de música. Meu pai foi a pessoa que importou para Havana a escola clássica francesa do saxofone. Ele era um saxofonista clássico, mas amava o jazz, então eram tocados todos os tipos de música em nossa casa. Folha - Qual é a proposta do CD? D'Rivera - A proposta é promover e mostrar para o mundo a música dos compositores clássicos latino-americanos. Essa é a intenção, porque a maioria dos solistas clássicos que se apresentam pelo mundo executam a música européia dos séculos 18 e 19. Folha - O sr. pretende gravar música de câmara utilizando o sax? D'Rivera - Existe um compositor americano que escreveu várias sonatas para instrumentos de sopro e piano. Mas, provavelmente, meu próximo trabalho tenha os dois instrumentos, clarinete e saxofone. Folha - O que o sr. pensou quando compôs "Vals Venezolano"? D'Rivera - Adoro um músico venezuelano chamado Antonio Lauro. Ele foi um grande cantor, guitarrista e compositor. Gravei muitas valsas dele e agora compus e gravei "Vals Venezolano" para dedicar a ele. Folha - O que representa ganhar um Grammy? D'Rivera - Nunca toquei ou trabalhei para ganhar prêmios. Prêmio, para mim, é poder tocar com Cláudio Roditti, Dizzy Gillespie, Leny Andrade. Mas é bom ganhar. Disco: Chamber Music from the South Artista: Paquito D'Rivera Lançamento: Mix House Quanto: R$ 18, em média Show: Chamber Music from the South Onde: parque da Aclimação (av. Muniz de Souza, 1.119, tel. 278-4042); Sesc Ipiranga (r. Bom Pastor, 822, tel. 3340-2000) Quando: hoje, 16h (parque da Aclimação); dia 10, às 21h (Sesc Ipiranga) Quanto: entrada franca Texto Anterior: Queensryche troca eloquência pela simplicidade Próximo Texto: Virtuose cubano faz trabalho imperdível Índice |
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