São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Campeã é preparada para golpes baixos

Idéia é aprender a se defender, mas não reagir

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A orientação é não reagir. Elas aprenderam a lutar e a dar tiros exatamente para nunca ter de bater no agressor ou atirar nele.
"É melhor esconder tudo o que a gente sabe, para surpreender o assaltante caso seja realmente necessário", diz Elaine Golubics, 28, campeã mundial e professora de caratê.
Junto com os golpes, Elaine ensina seus alunos a ter autocontrole.
"Já fui assaltada e usei toda a minha energia só no olho para dizer ao assaltante que a bolsa ele não ia levar", conta.
Digamos, então, que a energia da faixa preta esteja baixa naquele dia, e o assalto à bolsa evolua para um estupro.
"Se for mesmo um caso de sobrevivência, a gente está preparada para aplicar golpes baixos (na zona erógena do assaltante), enfiar o dedo no olho ou a mão aberta na garganta dele."
Camburão
Treinada para acertar o joelho do agressor a 30 metros de distância, a promoter Alicinha Cavalcanti, 34, chegou a ter até submetralhadora, mas aderiu à campanha de desarmamento.
"Quando levaram um Rolex meu, no trânsito, eu olhei para a arma doida para usar", conta Alicinha. "Me segurei."
Ela trocou as sete armas que possuía por um "camburão'. "Meu carro tem três tipos de sirene (de polícia, corpo de bombeiros e ambulância) e um alto falante para emergências", diz ela, que possui um automóvel Grand Cherokee blindado.
Utilidade
Alicinha garante que o equipamento já foi muito útil.
"Há duas semanas consegui debandar um sujeito que forçava a porta do meu carro, acionando de longe as luzes do alarme", conta a promoter.
"Quando eu saí, percebi que ele me seguia de moto. Três quadras adiante, liguei a sirene", continua. "O cara sumiu no susto", afirma.

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