São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Pagodeiro tira jogador do coração delas

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Alô, alô, jogador de futebol, cuidado com o pagodeiro. Ele avança célere como a bola da vez no coração de muita mulher sacudida.
Taís Araújo, Carla Tchan, Simonny, Susana Werner e Fernanda Rodrigues, só para citar as mais conhecidas, "amam" pagode.
Parte delas ama o pagode e também o pagodeiro. "Você já viu o sorriso do Netinho? Tem coisa mais bonita?", pergunta Taís Araújo, 19, que há pouco mais de um mês namora o vocalista do grupo Negritude Jr.
Ela acrescenta que o coração de Netinho "é imenso". Taís pode provar o que diz. Aos 27 anos, pai de seis filhos, mesmo assim Netinho arranjou espaço afetivo para dedicar uma música à atriz.
"Foi no início do relacionamento", conta Taís. "A gente enfrentou uma barra na minha família, que não era a favor do namoro, e ele escreveu sobre o assunto."
Com Carla Perez, que também namora há um mês o vocalista do grupo Só Pra Contrariar, Alexandre, a barra pesou por causa de uma colega de profissão. Alexandre era namorado de Simonny.
"Ele é muito galinha", disse Simonny na época, pouco antes de se espalhar o boato de que ela emendou namoro com o líder Vavá, do grupo Karametade.
"Não tem nada a ver não", diz Simonny, contrariando até mesmo Vavá. "A gente ficou junto sim", desempata o vocalista, o mais bonito na opinião geral.
"Já chorei pelo Salgadinho (do Katinguelê), com aquela cabeça chata de baiano e tudo, mas pelo Vavá eu morro", diz a estudante Daniela Dornellas, 19, namorada de Rômulo Gouvêa, 20, que toca cavaquinho no grupo Êxtase.
"Chorar pelo Salgadinho? Eu não. Eu como o salgadinho", arvora-se a publicitária Fernanda Junqueira, 20, que é apaixonada pelo líder baixinho e gorducho do Katinguelê.
"Sou quatrocentona, mas passaria por cima disso com ele. É paixão mesmo", conta.
Por mais que ame o pagode, a atriz Fernanda Rodrigues, 18, não confunde as bolas. Ex-colega em "Malhação" da também pagodeira Susana Werner, Fernanda explica que pagode é uma coisa, pagodeiro é outra.
"Nunca tive nada com um pagodeiro, nem pretendo ter", diz ela, que é fã do grupo Molejo.
"Frequento pagode como qualquer patricinha da zona sul", diz. "Gosto deles como de Carlinhos Brown e da Banda Eva."
Para os pagodeiros, há patricinhas e patricinhas. "Hoje o samba não é mais marginalizado. A mulher branca sobressai na platéia", diz Serginho, do Zimbabuê, que se apresentou quinta-feira no bem frequentado Bar Avenida, em Pinheiros (zona noroeste).
"Muitas passam bilhetinho com telefone e tudo para a gente."

Colaborou Djalma Campos, do "Notícias Populares".

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