São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Excesso de álcool lota hospitais na praia

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O movimento nos hospitais do litoral de São Paulo vai aumentar cerca de 50% na temporada de verão, e os campeões das internações devem ser os mesmos dos anos anteriores: acidentes automobilísticos e abuso de álcool.
No Pronto-Socorro Municipal de São Sebastião (litoral norte), o movimento normal, que é de 130 atendimentos por dia, chega a 200 consultas em janeiro e fevereiro.
Segundo Luis Carlos da Silva, médico plantonista do pronto-socorro, os acidentes com carros e motos são as principais causas de internação. Na maioria das vezes, há associação entre o acidente e o uso do álcool. Além de serem os mais frequentes, os acidentes são os atendimentos mais graves.
O abuso do álcool -que pode levar a pessoa à perda de consciência e ao coma alcoólico- também é causa comum de procura por cuidados nos pronto-socorros.
A receita para evitar esses problemas é a mesma de sempre: moderar o consumo de álcool e não dirigir embriagado. Não beber de estômago vazio, não misturar tipos diferentes de bebida e obedecer ao limite individual do consumo de álcool são as principais recomendações feitas pelo médicos.
Quem bebe deve evitar nadar ou fazer qualquer tipo de atividade que exija mais coordenação motora. O álcool -um depressor do sistema nervoso central- altera a capacidade de julgamento e torna os reflexos mais lentos. Muitos afogamentos nas praias também estão ligados ao consumo de álcool.
A pele também gera um número elevado de atendimentos durante as férias. Os veranistas menos avisados acabam se esquecendo de passar fotoprotetores e podem ter queimaduras na pele.
Silva diz que as queimaduras que chegam ao pronto-socorro são mais extensas do que graves. A pessoa sente dor, incômodo, febre e pode ter bolhas pelo corpo.
Picadas de inseto são outro problema bastante comum na praia, mas que raramente levam as pessoas ao hospital. Ocasionalmente, uma picada pode desencadear uma reação alérgica mais grave, que exige atendimento imediato.
Quando uma pessoa picada começar a ficar inchada, com uma tosse que não existia ou dificuldade para respirar, deve ser levada o mais rápido possível ao hospital.
Andar em areia que foi frequentada por cães pode trazer para a pele um parasita que causa coceira -o bicho geográfico. Ele produz na pele (em geral, na sola do pé) uma lesão que lembra um mapa. Nesse caso, um dermatologista deve ser consultado.

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