São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Meio milhão deixou o Líbano desde a guerra civil

ROBERT FISK
DO "THE INDEPENDENT"

Quando entrei no escritório do padre Michel Awit, no Patriarcado Cristão Maronita, em Beirute, duas senhoras estavam pedindo a sua ajuda. Queriam que ele telefonasse a uma embaixada ocidental para conseguir vistos. "O que posso fazer?", pergunta o padre. "Tenho a obrigação de ajudá-las."
Todos os dias, cristãos procuram o Patriarcado para pedir auxílio para deixar o país em que seus ancestrais viveram por dois milênios.
E o padre Michel compreende a tragédia muito bem. Ele é o historiador dos maronitas libaneses, filiados à Igreja Católica Romana, e está ciente da hemorragia da população cristã libanesa, iniciada na guerra civil (1975-90).
"Éramos pouco mais de 1 milhão antes da guerra, mas, em 22 anos, já perdemos 500 mil", diz ele. "O senhor precisa entender uma coisa: os maronitas amam a liberdade. Quando um cristão libanês vê a sua liberdade sendo infringida, ele reage."
Quando o papa visitou o Líbano, em maio passado, exortou os cristãos a permanecerem, prometendo liberdade no futuro. Os maronitas não acreditaram muito em sua promessa.
(RF)

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