São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997 |
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Lojas derrubam rejeição a itens usados
MONICA FAVERO
Mas, se o interessado tiver curiosidade, vai encontrar nesse tipo de loja calças de grifes para poucos, como G. e Reinaldo Lourenço, casacos importados ou mesmo uma roupa de época em condições normais de uso. Mas o melhor da história são os preços. A façanha desse tipo de comércio tem sido derrubar uma certa resistência que muitos consumidores ainda têm a peças que já passaram por outros donos. "Brechó não é depósito de roupa usada. Dá para encontrar coisas incríveis, verdadeiros achados por um preço imperdível", diz a consultora de moda Cristina Franco. Os donos de brechós também tentam afastar a imagem negativa, fazendo uma seleção rigorosa das peças. A maioria dos acervos é formada por roupas seminovas. Alguns modelos, inclusive, chegam às lojas de usados pouco tempo depois de serem lançados. Para Cristina, fazer compras nesses locais é tão comum quanto frequentar lojas de grifes famosas. "Sempre comprei em brechós, dentro e fora do país. Não entendo como ainda pode existir um certo preconceito contra um tipo de negócio que é bom para quem vende e ótimo para quem sabe comprar." Parte dessa resistência começou a cair, segundo ela, quando a moda passou a valorizar peças mais extravagantes e/ou difíceis de serem encontradas em lojas comuns. Hoje as araras dos brechós exibem todo tipo de tendência. Além de grifes estrangeiras e artigos incomuns, oferecem roupas para o dia-a-dia e de décadas passadas. A maioria dos brechós também investe em acessórios, como chapéus, sapatos, bolsas e bijuterias. A receita encontrada pelo brechó Trash Chic, de São Paulo, há seis anos, foi investir em um filão até então pouco explorado pela maioria das lojas de usados. A escolha foi por modelos atuais e sofisticados para clientes que gostam de usar grifes famosas. Hoje o brechó mantém um cadastro com mais de 400 fornecedoras, incluindo empresárias, estilistas e "socialites". Joca Benavent, 39, dono, diz que mantém o acervo sempre atualizado, frequentando desfiles de moda e mantendo contato constante com os fornecedores, geralmente particulares que cedem as roupas em esquema de consignação. O brechó Madame Mim, também de São Paulo, optou por um estilo um pouco mais fantasioso. "Tudo o que é excêntrico, imprevisível e extravagante pode ser encontrado aqui", afirma Carlos Xavier, 28, dono. Onde encontrar - Madame Mim: r. Iguatemi, 128, Pinheiros, tel. (011) 883-5915; Trash Chic: r. Prof. Carlos de Carvalho, 95, Itaim Bibi, tel. (011) 8830-2000. Próximo Texto: Dono começa por acaso Índice |
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