São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 1997
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Pequenas têm baixos salários

Setor emprega 7,4 mi em SP

MICHEL GAWENDO
FREE-LANCE PARA FOLHA

As micro e pequenas empresas são as que empregam a maior parte da força de trabalho no Estado de São Paulo (56% dos empregados ou 7,4 milhões de pessoas).
Mas também oferecem menores rendimentos (média de 4,2 salários mínimos por pessoa) e menor tempo de permanência no trabalho (média de 2,7 anos).
Nas empresas de porte maior, os trabalhadores permanecem por mais de 4 anos e recebem mais de 7 salários mínimos, em média.
Os dados foram divulgados pelo Sebrae-SP, que utilizou números da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 1995, do IBGE, e da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 1994, do Ministério do Trabalho.
Segundo o levantamento, as micro e pequenas empresas representam 97% dos estabelecimentos comerciais no Estado.
Os dados também mostram que a mão-de-obra nesse setor é jovem (80% tem menos de 40 anos de idade) e pouco capacitada (50% não tem o primeiro grau completo).
Segundo o presidente do Sebrae-SP, Sylvio Goulart Rosa Júnior, o setor vive um círculo vicioso. "Os salários baixos provocam menor produtividade, o que resulta em poucos lucros. Isso, por sua vez, impede o investimento em treinamento", explica.
Segundo ele, esse círculo acaba determinando o pouco tempo de permanência dos funcionários nas empresas de pequeno porte.
Para Rosa Júnior, o governo federal e o próprio setor deveriam tomar ações para que esse quadro pudesse mudar.
"O governo precisa aumentar linhas de crédito para as pequenas e microempresas, diferenciar juros e desburocratizar suas atividades."
Segundo ele, essas atitudes, aliadas a programas de capacitação e gerenciamento desenvolvidos por entidades de classe, poderiam quebrar esse círculo vicioso.
A pesquisa divulgada pelo Sebrae-SP também mostrou um mapeamento da distribuição do setor.
A capital, de acordo com o levantamento, concentra 36% das micro e pequenas empresas. Campinas vem em seguida, com 3,2%.
Outros dados constatados: apenas 38% dos empregados do setor são registrados, 15% são informais, 37% trabalham por conta própria, e 10% são empregadores.
Cerca de 2,8 milhões de empresários (80% do total) trabalham sem nenhum funcionário.
"Os números provam que as pequenas e microempresas são um patrimônio da sociedade e precisam ser tratadas com mais seriedade", afirma Rosa Júnior.

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