São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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PF retém militantes do Greenpeace em SC

Grupo queria barrar desembarque de soja

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Dez integrantes da organização ambientalista internacional Greenpeace foram retidos ontem à tarde e levados para prestar depoimento na sede da Polícia Federal em Joinville (SC).
Os militantes -seis deles estrangeiros- foram interrogados no inquérito que apura a tentativa fracassada da entidade de impedir o desembarque de um carregamento de soja importada dos EUA, anteontem, no porto de São Francisco do Sul (SC).
O grupo foi retido ontem à tarde, quando viajava de São Francisco do Sul para Florianópolis (SC).
Por volta das 15h20, a van que levava os manifestantes a Florianópolis foi interceptada pela Polícia Rodoviária Federal, na BR-101. O grupo teve de esperar pela PF, que levou todos a Joinville.
Os manifestantes levados para prestar depoimento são quatro brasileiros, um inglês, dois norte-americanos, um português, uma holandesa e uma alemã.
Até as 18h30, a PF não havia informado se os militantes ficariam detidos ou se seriam liberados após o depoimento.
O carregamento de soja que o Greenpeace tentou interceptar, de 34 mil toneladas, foi importado pela Ceval, empresa de alimentos com sede no Estado. Segundo o Greenpeace, a soja é uma variedade geneticamente modificada, que ainda não foi testada suficientemente para consumo humano e poderia causar danos à saúde.
A ação do grupo começou por volta das 15h de anteontem. Cerca de 20 ambientalistas, divididos em cinco botes infláveis, cercaram o navio Sanko Robust, de bandeira nigeriana, que levava a soja. Quatro chegaram a invadir o navio.
Até as 18h de ontem, o advogado do Greenpeace, Renato Bastos Rosa, não havia sido contatado pela PF. "Sem um comunicado oficial, fica difícil tomar uma atitude. Não sei nem em que eles estão sendo enquadrados", disse Rosa.
Segundo a PF, seria distribuído um comunicado ontem, o que não havia ocorrido até as 18h30.

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