São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Excluídos da PM querem reintegração

FÁBIA PRATES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ex-cabo Júlio César Gomes e o ex-sargento Washington Rodrigues, líderes do movimento dos PMs mineiros por melhores salários, em junho passado, vão entrar com mandados de segurança para tentar reintegração à corporação.
Os dois, junto com outros seis policiais que participaram do movimento grevista, foram excluídos da PM na última sexta. Outras dez pessoas já foram excluídas da PM mineira pelo mesmo motivo.
Há cerca de um mês, Gomes entrou com ação na 7ª Vara de Fazenda do Fórum Lafaiete, em Belo Horizonte (MG), questionando a forma como estava sendo encaminhado o processo administrativo sobre o assunto, e usará esse argumento para tentar voltar à PM.
Segundo seu advogado, Carlos Antônio Pimenta, o comando da PM decidiu pelo mérito (a exclusão), antes de sair o julgamento da forma. A ação, que questiona o comportamento do Conselho de Disciplina, composto por três oficiais da PM, está sub judice.
Segundo ele, o mandado deve ser impetrado hoje ou amanhã.
O sargento Rodrigues disse que não teve direito à ampla defesa no processo administrativo que julgou sua participação no movimento grevista.
Seu advogado havia convocado o então comandante-geral da PM, coronel Antônio Carlos dos Santos, o mesmo que assinou as exclusões, como testemunha de defesa.
O argumento era que, como comandante, o coronel assinou ato reconhecendo a comissão de negociação entre manifestantes e comando e poderia falar sobre o papel dos negociadores no movimento. Rodrigues e Gomes faziam parte da comissão.
O coronel, que deixou o comando da PM um dia antes de assinar as exclusões, não pôde comparecer, segundo Rodrigues, porque seria o julgador do mérito do processo. A Agência Folha não conseguiu localizar o ex-comandante ontem. A assessoria da PM disse que todos os policiais tiveram amplo direito de defesa.

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