São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Mercado espera TBC entre 2,5% e 2,8%

LUIZ CINTRA

LUIZ CINTRA; DENISE CHRISPIN MARIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Taxa para janeiro será definida amanhã, e anunciada como anual; reunião do Fed será hoje

Antes mesmo do anúncio feito por Malan, em Montevidéu, o mercado financeiro já tinha como hipótese mais provável para a reunião de amanhã do Copom uma nova rodada de redução dos juros. Ontem as apostas variavam de uma taxa para janeiro de 2,5% a 2,8%, sendo 2,65% a mais cotada.
Depois de perder quase US$ 10 bilhões em outubro e novembro, o fluxo de moeda estrangeira voltou a ficar positivo em dezembro, abrindo espaço para o governo mexer nos juros internos. Até a sexta-feira, o saldo estava positivo em cerca de US$ 600 milhões.
Hoje o banco central norte-americano reavalia sua política monetária e pode dar mais um empurrão para a queda dos juros brasileiros, caso decida reduzir a sua taxa básica. Nesse caso, mesmo a hipótese mais provável de manutenção dos juros americanos será suficiente para sustentar a queda dos juros brasileiros. Isso porque, enquanto a taxa anual ronda a casa dos 5,5% nos EUA, a daqui, com a queda estimada, deve ficar em 36,9% para o início de 98. Ou seja, para o investidor estrangeiro ainda será lucrativo investir aqui.
A reunião de amanhã do Copom também trará outra novidade: será a primeira vez que a taxa será apresentada num índice anual e não mais mensal. Essa taxa vai levar em conta um total de 252 dias úteis.
A partir de janeiro a reunião do Copom não será mais mensal -vai ocorrer a cada cinco ou seis semanas. A taxa referendada passará a valer já no dia seguinte.
Tanto o presidente Fernando Henrique Cardoso quanto o ministro Pedro Malan (Fazenda) se empenharam ontem em dizer que os juros não estão altos por "maldade" do governo. "A taxa não se faz por maldade, faz por defesa", disse FHC. "Ninguém eleva os juros por maldade. Somos obrigados a fazê-lo", reforçou Malan.

Colaborou Denise Chrispin Marin, enviada especial a Montevidéu

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