São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997
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Investimento estrangeiro volta ao azul

LUIZ CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de assistir os estrangeiros baterem em retirada nos meses de outubro e novembro, no auge da crise asiática, a Bolsa de São Paulo pode virar o ano com essa conta novamente no azul. Nos primeiros dez dias deste mês, o investidor estrangeiro comprou na Bovespa R$ 20 milhões a mais do que vendeu.
O resultado ainda é modesto se levados em conta pelo menos dois fatores: em primeiro lugar, o fato de que saiu R$ 1,2 bilhão nos 60 dias anteriores a esse último levantamento; em segundo lugar, porque as vendas continuam fortes e, portanto, não é possível dizer que o pior tenha de fato passado.
Mesmo porque o saldo de investimento estrangeiro acumulado na Bovespa neste ano ainda é fraco. Segundo a direção da Bolsa, até o dia 10 esse resultado era de R$ 689,5 milhões, resultado muito aquém daquele do final de junho, quando o saldo de investimento estrangeiro acumulado no ano era de R$ 1,5 bilhão.
Combustível
Não é difícil perceber a importância do capital estrangeiro para os negócios na Bolsa de São Paulo, fortemente concentrados nos papéis de empresas estatais que estão para ser privatizadas.
Enquanto o saldo é positivo, ou seja, enquanto entra mais dinheiro estrangeiro do que sai, o Ibovespa, índice que acompanha a variação das principais ações, vai bem.
Quando inverte o fluxo, o Ibovespa perde força. O mês de outubro foi exemplo disso, quando houve o maior saldo negativo em um mês neste ano -com uma saída líquida de R$ 869 milhões- e as principais ações da Bovespa despencaram em média 24%.
No mês seguinte, em novembro, a situação foi ruim, mas nem tanto: para uma saída de R$ 387 milhões, uma recuperação de 4,5 pontos percentuais do Ibovespa.
Agora em dezembro, enquanto as compras estrangeiras somaram R$ 1,448 bilhão e as vendas totalizaram R$ 1,428 bilhão, a Bovespa acumulou nova alta (0,7%).
Ontem, por conta da alta do mercado nova-iorquino de ações, puxada pelo melhor desempenho dos mercados asiáticos, a Bovespa fechou com valorização de 4,41%.
Como houve vencimento no mercado de opções, o volume acabou sendo de R$ 1,696 bilhão.
Seguindo o otimismo, juro e dólar caíram nos mercados futuros.

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