São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 1997 |
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Pior da Superliga vira 'dono' da torcida
JOSÉ ALAN DIAS
Depois de disputar nove partidas, nove derrotas, apenas um set vencido, o Unincor, de Três Corações (a 290 km de Belo Horizonte), detém a maior média de público do torneio: 1.148 pessoas por jogo. A alavanca para esse desempenho é a audiência nos jogos em casa. Nos cinco confrontos que fez no ginásio Vilelão, capacidade para 5.000 pessoas, conseguiu atrair em média 2.300 torcedores. Mais que o dobro da média da segunda equipe que mais atrai torcida, o Philco, de Santo André, onde atuam os selecionáveis Douglas e Ricardinho e o atacante Marcelo Negrão, com 783. E à frente de concorrentes como o Report/Suzano (761) e o líder invicto Olympikus (682). Cabe ao time mineiro ainda o maior público numa partida da atual temporada da Superliga masculina. Oficialmente, foram 3.000 pessoas, contra o SOS/São Caetano, ainda na segunda rodada. A situação do Unincor contrasta com a de outro lanterna, o Fluminense (apenas uma vitória), que disputou a partida com menor público do torneio: apenas 80 pessoas viram sua estréia -derrota por 3 sets a 0, diante do SOS. "Para o pessoal daqui, que não tem muitas opções de lazer, esses jogos viram atração. Vem gente até de cidades próximas assistir", diz Felipe Ximenes, supervisor do Unincor e secretário municipal de Esportes de Três Corações, cidade com 80 mil habitantes. "As pessoas querem conhecer as estrelas da seleção. Jogadores que eles só estão acostumados a ver na TV", completa. Em cima dessa expectativa que é feito o "marketing" para a venda de ingressos (leia texto nesta página). Provação Classificado para a Superliga, após disputar seletiva, o Unincor já deixou de lado algumas metas de outras equipes concorrentes. "A gente nem se importa em ser rebaixado. Disputamos a seletiva de novo. O que preocupa é ficar sem apoio para dar continuidade ao trabalho", diz Ximenes. Com um elenco modesto, o único jogador conhecido é o atacante Xisto, 30, com passagens pelo Minas Tênis e Report/Suzano. A folha salarial dos 13 atletas da equipe e comissão técnica consome R$ 20 mil, bancados em parte pelo repasse da entidade que dá nome à equipe, a Universidade do Vale do Rio Verde (Unincor). O salário de dois jogadores, Evandro e Juliano, recentemente contratados no interior de São Paulo, é pago por uma indústria de acessórios para veículos. Em contrapartida, tem o direito de exibir seu nome na camisa do clube. Texto Anterior: Brasil esportivo Próximo Texto: Time vende ingresso até com cheque pré-datado Índice |
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