São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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Melhores conceitos se concentram no Sul

BETINA BERNARDES; FERNANDO ROSSETTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

e do enviado especial
A qualidade dos cursos tem uma distribuição irregular pelo país. A região Sul reúne a maior proporção de cursos com nota A ou B (40%). No extremo oposto, o Centro-Oeste tem metade (51%) dos cursos com resultado D ou E.
O Sudeste, que concentra 419 (51%) dos 822 cursos avaliados, é a região com maior heterogeneidade na qualidade do ensino: 28% são A ou B, contra 32% D ou E.
Norte e Nordeste estão mais próximos dos resultados do Centro-Oeste do que do Sul.
Em síntese, quem busca uma faculdade no Sul, especialmente nos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul, tem boa possibilidade de encontrar um bom curso.
Quem está do Centro-Oeste para o Norte do país tende a encontrar cursos piores, embora haja exceções -os três cursos avaliados em Roraima, por exemplo, são A ou B; mais da metade dos cursos do Ceará também recebem essas notas.
Heterogeneidade
Cariocas, paulistas, mineiros e capixabas não têm nenhuma garantia de qualidade -já que nesses Estados as instituições reúnem do melhor ao pior do ensino superior do país.
Minas sai à frente na região, com 35% dos cursos A ou B. São Paulo tem o maior número bruto de cursos notas A e B (59), mas eles representam apenas 26% do total do Estado.
"A situação de São Paulo reflete a heterogeneidade do sistema. Concentra as melhores instituições, como Fundação Getúlio Vargas e ITA, mas também tem um grande número de instituições com conceitos D e E (69)", disse o ministro da Educação, Paulo Renato Souza.
Tanto o Rio como o Espírito Santo têm 38% de seus cursos com notas D ou E.
A proporção dos conceitos recebidos pelo conjunto dos cursos de cada Estado ou região não altera muito quando se avalia se a instituição é pública ou particular.
Públicas e privadas
Portanto, quando um Estado tem uma média boa de notas, tanto os cursos públicos como os particulares são responsáveis por esse resultado.
Um exemplo é o Rio Grande do Sul, que tem 40% dos cursos com A ou B. É lá também que os cursos particulares se saem melhor.
Há várias explicações para isso, mas uma das principais é o perfil das instituições particulares do Estado. Boa parte delas é comunitária -ou seja, sem fins lucrativos, o que dá um perfil mais público do que particular.
(BETINA BERNARDES e FERNANDO ROSSETTI)

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