São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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'M. corre o risco de rejeitar o bebê'

DA REPORTAGEM LOCAL

Psiquiatras ouvidos pela Folha afirmam que a gestação deverá ser mais prejudicial para M. do que a interrupção da gravidez.
"Ela irá perder fases de sua vida e corre o risco de rejeitar o bebê", diz Wimer Botura Jr., presidente do Comitê de Adolescência da Associação Paulista de Medicina. "Não foi uma gravidez planejada, com amor. Ela pode ter problemas de relacionamento com o filho."
O aborto é um trauma que cicatriza com o tempo e com tratamento, de acordo com Maria Cristina Lombardo Ferrari, médica do serviço de psiquiatria da infância e adolescência do HC. "O nascimento do filho é uma lembrança viva da violência que ela sofreu."
Segundo o psiquiatra de jovens e escritor Içami Tiba, as condições psicológicas de M. após o estupro e a consequente gravidez precoce irão dificultar que ela cumpra perfeitamente seu papel materno.
"Ela não terá condições de cuidar dessa criança, que provavelmente também não estará plenamente desenvolvida, já que foi gerada em condições tumultuadas."
Para Francisco Assumpção, chefe do serviço de psiquiatria infantil do Instituto de Psiquiatria do HC, tanto M. quanto seu filho deverão se submeter a acompanhamentos psicológicos. "Do contrário, poderão ter suas vidas arrebentadas."

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