São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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Grupos protestam no hospital

DA SUCURSAL DO RIO

O hospital Fernando Magalhães recebeu vários telefonemas de pessoas pedindo que o aborto de M. não acontecesse. Os funcionários ouviram insultos do tipo "hospital assassino" e "vocês vão matar uma criança".
Ontem, várias pessoas levaram presentes e roupas para M., e um casal viajou de São Paulo com quatro filhos para protestar contra o aborto. Com o filho mais novo no colo, eles estenderam na frente do hospital uma faixa com dizeres pela continuidade da gravidez.
"Uma vez, nós pensamos em fazer um aborto, mas voltamos atrás. Ninguém tem direito de matar o bebê, a pessoa mais inocente nesse caso tão difícil, com violência e estupro", afirmou o taquígrafo paulistano Felipe Braga, 28.
No caso de M., um fator aumentava as críticas ao aborto: a idade do feto, que já tem de 17 a 18 semanas de vida. Nesse período, a criança já está anatomicamente formada, ainda que os órgãos não estejam em pleno funcionamento.
"Daqui a uns 20 dias, essa criança terá chance de sobrevivência fora do útero", afirmou a advogada Maria das Dores Guimarães, da Comissão Diocesana em Defesa da Vida de São José dos Campos.
A aposentada Lígia Palma foi ao hospital e levou roupas e uma mochila para M., mas não conseguiu entrar. Ela falou com a mãe da garota e disse que estava disposta a registrar a criança em seu nome.
"Fui casada 40 anos e não pude ter filhos. Penso que poderia fazer algo por esse bebê", disse Lígia.

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