São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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Caminhões podem bloquear Imigrantes

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Caminhoneiros autônomos ameaçam bloquear as rodovias da Baixada Santista em protesto contra a medida do governo estadual que restringe o tráfego de caminhões nos fins-de-semana no sistema Anchieta-Imigrantes.
A restrição ao tráfego é resultado de uma portaria da superintendência do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e passará pelo primeiro teste no próximo fim-de-semana. O objetivo é melhorar o fluxo de veículos entre São Paulo e o litoral durante a temporada de verão, evitando congestionamentos nas estradas.
Pela portaria, amanhã e nas demais sextas-feiras do verão, os caminhões estarão proibidos de trafegar das 15h às 21h, no sentido litoral-capital. Aos sábados, a medida vigora entre as 10h e as 18h, nos dois sentidos, e, no domingo, entre as 15h e as 24h (sentido litoral-capital).
O protesto fecharia, com caminhões, as principais rodovias do litoral -Imigrantes, Anchieta, Pedro Taques e Piaçaguera-Guarujá, segundo José Nilton Lima de Oliveira, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos do Litoral Paulista, uma das entidades que representa a categoria. Ele não revela quando o bloqueio pode acontecer.
O único fator que poderá evitar a manifestação, segundo os sindicalistas, é a eventual concessão de uma liminar (decisão provisória) favorável aos caminhoneiros. Eles pretendem ingressar com um mandado de segurança hoje no Tribunal de Justiça do Estado. "Vamos questionar até onde o DER tem amparo legal para adotar essa medida", declarou Laudino Garcia Neto, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista.
Marcelo Marques da Rocha, presidente do sindicato que representa os empresários do setor de transporte de carga do litoral paulista, disse que é contrário à manifestação, mas que, mesmo sem o movimento, as estradas viverão uma situação de confusão total.
Os sindicalistas são unânimes em relação ao cenário que se desenhará nas duas rodovias devido à proibição: filas imensas nas saídas de Santos e de São Paulo e um enorme contingente de caminhões estacionados nos acostamentos.
"Não temos bolsões de estacionamento. Os caminhões vão parar nos acostamentos das estradas e causar acidentes", afirmou Laudino Garcia Neto.
Ele também prevê problemas no momento em que os caminhões barrados durante o horário da proibição de tráfego forem liberados para circular.
"Depois de seis horas parados, será como abrir uma porteira para uma boiada, com todo mundo querendo passar de uma vez."

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