São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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Nordeste enfrenta a pior seca do século

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Nordeste brasileiro deve enfrentar uma das piores secas deste século entre os meses de março e maio do próximo ano, enquanto o Sul deve registrar chuvas abundantes. Na Amazônia, deve ocorrer uma redução na intensidade de chuvas.
Esses efeitos do El Niño (fenômeno climático caracterizado pelo periódico aquecimento das águas do Pacífico Oriental), considerado o mais forte dos últimos 150 anos, foram apresentados ontem por técnicos e cientistas para uma platéia de políticos no Palácio do Planalto. O grupo busca encontrar alternativas para diminuir os efeitos sobre a população.
A previsão das mudanças climáticas foi feita por Carlos Nobre, pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, ligado ao INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Segundo Nobre, na previsão os técnicos usaram 25 diferentes análises numéricas climáticas globais, além da média histórica das ocorrências meteorológicas no Brasil, associada aos estudos feitos sobre o El Niño. A dificuldade é o comportamento do fenômeno no Atlântico, ainda não monitorado plenamente.
Para este verão, as previsões indicam diminuição de chuvas no norte do Nordeste e no sul da Amazônia. Nos Estados do Sul, as previsões indicam um quadro próximo à normalidade. Já em Minas, Espírito Santo e Rio, as previsões indicam chuvas acima da média.
No outono, a redução de chuvas no Nordeste será ainda maior, chegando a índices semelhantes aos de 1983, um dos piores anos de seca na região. A redução também será agravada na Amazônia.
O El Niño já deixou marcas no país. No último inverno, as temperaturas amenas no Sul e Sudeste, as chuvas excessivas no Sul em outubro e novembro e a estiagem em partes da Amazônia nos últimos quatro meses são creditados ao fenômeno.
O El Niño dura de 12 a 18 meses e, segundo técnicos, atingirá o seu ponto máximo até janeiro.

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