São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997 |
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Um novo conceito para as organizadas
FERNANDO FAGIANI
Assim, nasceu a Mancha Alviverde, um novo conceito de torcida organizada, uma nova mentalidade. Algo que a diretoria já está procurando mostrar e executar junto a seus sócios. Uma pequena, mas importante amostra foi dada no último domingo, no estádio do Morumbi, por ocasião da partida entre Palmeiras e Vasco da Gama, onde não ocorreu qualquer tumulto que nos desabonasse perante o público e a sociedade. Infelizmente, esse ato pacífico não mereceu o devido destaque na mídia. Foi um primeiro passo, mas muito grande para quem quer ser grande. E será. Aqui estão alguns novos conceitos que pretendemos desenvolver na Mancha Alviverde: - ajuda a entidades carentes, asilos, creches e ação filantrópica que nossa diretoria resolver implementar. - fazer valer a força diretiva, para punir e eliminar sócios que não ajam de acordo com as nossas normas. - a Mancha não se responsabilizará civil ou criminalmente por atitudes isoladas e pessoais de seus associados. Em breve, nos estabeleceremos em sede social própria, onde funcionará uma creche para atender a comunidade local e os próprios associados. E não iremos aceitar de maneira alguma que desmereçam o nosso trabalho social. Gostaríamos de esclarecer que a nossa intenção não foi e nem será desafiar a Justiça ou o Poder Público, como já foi aventado. Simplesmente, estamos nos organizando para demonstrar o nosso amor à Sociedade Esportiva Palmeiras, esta sim, a verdadeira razão de nossa existência. Óbvio, não poderíamos ficar de fora de uma final de campeonato na qual o Palmeiras buscará obter seu quinto título brasileiro. Estaremos no Maracanã, no próximo domingo, com 70 bandeiras, faixas e uma bateria composta por 50 ritmistas do Bloco Mancha Verde. Nossa caravana deverá ser composta de 50 a 70 ônibus. E, hoje mesmo, estaremos fazendo contato com a Força Jovem, a maior organizada vascaína, a fim de assegurar o encontro entre os torcedores, algo que foi impedido pela polícia, em São Paulo -preparamos até um churrasco para recebê-los, mas eles não puderam aproveitar. Essa é uma atitude, um exemplo clássico de como pode ser evitada a violência no futebol. Mas isso não é tudo. Antes do embarque, todos serão orientados pela diretoria das normas da viagem. Quem não estiver disposto a segui-las receberá o dinheiro da passagem de volta e não embarcará. E, ao final da partida, voltaremos imediatamente a São Paulo para podermos comemorar o pentacampeonato com os outros palmeirenses em nossa cidade. Sabemos que grande parte da sociedade é contra o retorno das torcidas organizadas aos estádios. Mas é justamente por isso que estamos fundando a Mancha Alviverde. Fernando Cesar Fagiani, 33, o Nandão, autônomo, é presidente do Grêmio Recreativo e Cultural Torcida Mancha Alviverde Texto Anterior: 'Para mim, já acabou' Próximo Texto: O esporte do futuro Índice |
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