São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Finalistas 'analisam' os seus treinadores

FÁBIO VICTOR

FÁBIO VICTOR; MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL E

Jogadores de Palmeiras e Vasco comentam hábitos e personalidade de Luiz Felipe Scolari e Antônio Lopes

MAÉRCIO SANTAMARINA
Toda vez que o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, quer mostrar aos seus jogadores que alguma tarefa foi ou será complicada, dirige-se a eles em tom professoral e sarcástico, tira o boné da cabeça e recita, como um avô calejado que aconselha seus netos: "É difícil, meus filhos".
Erro de passes e falta de seriedade durante os treinos técnicos são as atitudes que mais o deixam irritado, embora alguns afirmem que ele também fica bastante nervoso quando perde um jogo.
Em contrapartida, para agradá-lo basta fazer as coisas do jeito que ele manda e não perder a seriedade nos momentos de trabalho.
No Vasco, Antônio Lopes é um técnico linha-dura, que exige disciplina, seriedade e dedicação.
Humildade e respeito ao adversário são algumas das palavras que ele mais usa com os jogadores.
A falta de empenho é o que mais irrita o técnico do Vasco, e o espírito de luta é o que mais o agrada.
Os responsáveis pelas descrições são os jogadores dos dois finalistas do Brasileiro-97.
Com base em um questionário elaborado pela Folha, eles "analisaram" os seus técnicos (leia as respostas abaixo), descrevendo alguns de seus hábitos e relatando traços de sua personalidade.
No caso de Scolari, o grupo procurou deixar evidente que concorda com os seus métodos de treinamento e considerou a sua participação fundamental numa eventual conquista do título.
"Técnicos como ele e o Antônio Lopes deixam os times que dirigem com a suas caras", afirma o zagueiro Agnaldo, que, por já ter trabalhado anteriormente com Scolari no Grêmio, é um dos poucos jogadores que mantém amizade extracampo com o treinador.
O lateral Pimentel nega que o tom predominantemente positivo do julgamento seja medo ou receio dos jogadores, devido à fama de "sargentão" de Scolari.
"Ele é muito sincero. Fala tudo o que quer na nossa cara. Todas as pessoas assim são bem quistas."
Lopes também parece ter unanimidade no Vasco.
O lateral Felipe disse considerar Lopes um técnico que toma as atitudes certas nos momentos adequados. "Quando está mais relaxado, ele conversa com a gente. Quando é preciso, ele dá bronca."
"Realmente sou disciplinador. Procuro dar um padrão de jogo à equipe e, para isso, é preciso muita disciplina", disse ontem Lopes, fazendo questão de ressaltar que é diplomado, pela Escola Nacional de Educação Física.

Texto Anterior: O esporte do futuro
Próximo Texto: 'Humildade' domina vocabulário de Lopes
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.