São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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"Tentamos fazer o impossível", diz Bono

DA "STEPPIN OUT"

"Eu acho que o sucesso é relativamente fácil para um grupo como este. Mas acho que fomos mimados pelo sucesso, até o ponto em que ele já não nos afeta muito", diz Bono, 36, vocalista da banda irlandesa U2.
"Ser relevante é muito mais difícil. Ser um fracasso e relevante seria muito mais importante para mim do que ser um sucesso e irrelevante", afirma, em meio à turnê PopMart. A seguir, trechos da entrevista.
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Pergunta - Perguntaram a Duke Ellington o que o inspirava para compor e ele respondeu: "É só me dar um prazo". Isso também acontece com você?
Bono - Infelizmente. Não gosto de prazos, mas tenho de enfrentar essas situações. De certa forma, sempre tentamos fazer o impossível, coisas do tipo: "Como se atrevem a ser uma banda de rock e querer que sua música seja tocada nas discotecas?"; ou "Não é uma banda séria. O que estão fazendo com um limão?"
Pergunta - Não se poderia dizer que "uma banda de rock séria" é uma contradição?
Bono - Bem, muitas pessoas conseguiram isso. Eu acho que é possível dizer que, quando o rock é bom, em geral é muito divertido e também inclui alguns sentimentos que nunca tinham sido colocados dessa forma.
Pergunta - É um desafio alcançar o equilíbrio entre ter algo a dizer e não parecer pedante?
Bono - Exatamente. É isso. Gosto muito de Patti Smith. Certamente ela não é divertida.
Pergunta - Você está esperando -ou tem medo- de finalmente começar a decair?
Bono - (pausa) Imagino que, com o declínio, virá a continuação de um disco ruim, acho que somos muito orgulhosos para estar em uma banda ruim... Não acho que isso vá acontecer.
Pergunta - Quais são seus pontos fortes e fracos?
Bono - Meu ponto fraco é tentar explicar o que eu sou. Meu ponto forte é poder transmitir as cores e os sentimentos das nossas músicas.

Tradução Maria Carbajal

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