São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 1997
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Feliz Natal

ELIANE CANTANHÊDE

Só nesta semana, já foram anunciados: a leve queda dos juros, a ampliação do seguro-desemprego em regiões metropolitanas e um programa de crédito para micro e pequenas empresas, com recursos do BNDES.
O calcanhar-de-aquiles de Fernando Henrique Cardoso é o aumento do desemprego. Independente do discurso oficial, as pesquisas qualitativas e quantitativas mostram que é aí que mora o perigo eleitoral.
Por isso, todas as medidas que vêm sendo anunciadas são na direção de gerar empregos. E, de quebra, aliviar a grita de governadores premidos entre dinheiro faltando e problemas sobrando.
A TBC, taxa que rege a economia, já estava em 2,9% ao mês, o que equivale a 40,9% ao ano. É a maior taxa de juros do mundo. E ainda assim é a menor praticada internamente.
Depois do choque dos juros anunciado em cima do crash das Bolsas, ontem foi a segunda vez que o governo recuou.
É um pequenino passo atrás, mas tem valor político: é uma boa "sinalização", como gostam de dizer os tecnocratas; confere um ar de vitória à pressão dos governadores; ameniza o clima popular e cria uma certa expectativa favorável no comércio às vésperas das festas de final de ano.
A ampliação do seguro-desemprego em mais uma parcela também não deixa de ser uma boa notícia para 335 mil trabalhadores de áreas urbanas. O que eles gostariam mesmo é de um bom emprego, mas já é alguma coisa.
Ontem, o ministro Antonio Kandir anunciou R$ 3,45 milhões para estimular pequenas empresas em cinco Estados. E o projeto de contrato temporário de trabalho está sendo incluído na pauta da convocação extraordinária do Congresso.
Se esses presentinhos não fazem tão bem quanto o governo gostaria, mal também não fazem. E são só o começo. Em 1998, vai ter mais. Muito mais.

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