São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
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Mesmo 'consolidado', exame é alvo de críticas

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

As críticas ao provão continuam, apesar de o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, considerar que, com o segundo exame, "o sistema se consolidou".
Os questionamentos se dividem em três grupos: 1) o que o provão mede ou deixa de medir; 2) a natureza governamental do exame; 3) as medidas associadas à avaliação.
O reitor da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Antonio Manoel dos Santos Silva, se filia ao primeiro grupo: "O provão é uma avaliação pontual. Só é bom se for articulado a outros indicadores de qualidade do ensino."
Também nessa linha de crítica está o reitor da PUC de São Paulo, Antonio Carlos Ronca, que afirma que o provão vai mostrar o que todos sabem: os cursos mais disputados reúnem os alunos com mais poder aquisitivo e que, por isso, têm uma formação melhor.
Para o reitor da Universidade Mackenzie, Claudio Lembo, o problema do provão é que ele é mantido pelo governo. "Admiro nos EUA a avaliação ser feita pela própria sociedade."
A presidente da Anped (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação), Maria Malta Campos, diz que "é muito arriscado associar o resultado no provão à liberdade de abrir cursos" -conforme portaria do MEC de duas semanas atrás. "É isso que as particulares querem. Mas não dá para liberar geral."
(FR)

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