São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997
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Fim do boicote elimina distorções no provão

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O fim do boicote dos formandos de engenharia civil ao provão do MEC confirmou a liderança dos cursos públicos em relação aos privados.
Na avaliação dos 102 cursos feita pelo ministério no ano passado, 49% das federais e 38% das estaduais tiveram notas A e B. Neste ano, com mais quatro cursos, esse percentual subiu para 53% e 56%, respectivamente.
No geral, os cursos nas universidades federais abocanharam 77% do total de notas A, quatro pontos percentuais a mais do que em 96.
Isso pode ser reflexo direto do boicote em massa feito por alunos, principalmente nas escolas públicas de engenharia.
No ano passado, as provas em branco chegaram a representar 60% do total dos exames em algumas universidades, como a Poli. Neste ano, esse percentual foi menos do que 10%.
O fim do efeito do boicote "empurrou" as privadas para baixo. Apesar de alguns casos isolados, como Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (RS) -que passou de "sem conceito" para A-, os cursos particulares tiveram queda de rendimento. Em 96, 14% delas tiveram notas A e B. Esse percentual caiu para 11% neste ano.
A tese é confirmada também quando se compara quem levou as piores notas. Apenas 19% das federais levou D ou E, uma queda de mais de 20 pontos percentuais em relação a 96.
Nas estaduais, o percentual também caiu: de 38% para 25%. Nos cursos privados, o caminho foi inverso. Os com notas D e E passaram de 18% para 36%.
O resultado positivo das públicas, principalmente das federais, é uma boa notícia para a maioria, já que a grande maior parte dos alunos de engenharia civil está em universidades públicas (53%).
Engenharia química
A nota dos formandos em universidades públicas é ainda mais importante para os alunos de engenharia química. Isso ocorre porque 73% dos graduandos estudam em uma universidade desse tipo.
Nesse curso, avaliado pela primeira vez pelo MEC, as estaduais se saíram melhor. A metade delas tirou A e B. A outra metade, C. As federais com A e B tiveram um percentual semelhante (47%), mas 16% delas apresentaram as duas notas mais baixas. A pior performance foi a das privadas. Apenas 6% deles tirou B (não houve A) e 41% tiveram D e E.

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