São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 1997 |
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Livro é alvo de polêmica autoral entre seus realizadores Araquém Alcântara, autor das imagens, questiona crédito ANA MARIA GUARIGLIA
A disputa coloca de um lado o fotógrafo Araquém Alcântara, autor das 194 imagens do livro, e, de outro, os jornalistas Marlene Cohen e Carlos Silveira Mendes Rosa, autores do projeto editorial. Alcântara disse à Folha que não admite que os jornalistas o considerem como mero ilustrador e digam que são os autores da obra. Cohen e Mendes Rosa confirmam a autoria do projeto e da maior parte dos textos, dizendo que Araquém foi o fotógrafo convidado do livro, uma vez que o mesmo poderia existir sem sua participação. Cohen contou que seu projeto foi concebido a partir da Rio-92, a Conferência Internacional do Meio Ambiente e Desenvolvimento. Foi apresentado à direção da Volkswagen em fevereiro deste ano. Depois da aprovação do projeto e de um contrato assinado com a empresa, ele teria convidado Araquém Alcântara. No dia 13 de agosto, o fotógrafo assinou um contrato de licenciamento de uso de suas imagens para a edição de três mil exemplares. O objetivo da jornalista, segundo explicou, era realizar uma extensa reportagem sobre todos os parques nacionais e ilustrados praticamente por um único fotógrafo. "O livro não é uma publicação fotográfica, mas um relato sobre nossos ecossistemas, com informações e curiosidades. Não considero Alcântara como co-autor da obra, a não ser no sentido da produção das imagens", afirmou. Por sua vez, o fotógrafo declarou que Cohen e Mendes Rosa apenas venderam para a Volkswagen uma idéia que já existia entre os profissionais que se dedicam à ecologia. E lembrou que, em 84, apresentou o projeto dos parques nacionais à editora Empresa das Artes. Apesar dos raros financiamentos externos, Araquém prosseguiu o ensaio, utilizando recursos próprios. Documentou os 36 parques durante mais dez anos. "A idéia do livro só foi vendida e concretizada devido à qualidade e ao ineditismo do meu trabalho. Por isso, é inadmissível que os jornalistas se apresentem como os únicos autores da publicação". Araquém Alcântara diz ainda que os textos são prolixos. "Ao folhear o livro, o leitor perceberá que se trata de um livro de arte e que as fotos sustentam os textos", afirmou. Texto Anterior: Os mitos conflitantes de Cervantes e Chaplin Próximo Texto: Ceia oferece opção ao peru-tender-chester Índice |
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