São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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Alunos criticam currículo e infra-estrutura

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os estudantes universitários são bastante críticos em relação a seus cursos. Questionam desde a infra-estrutura oferecida até a organização curricular.
Mais de um terço dos estudantes diz, por exemplo, que suas bibliotecas não são atualizadas. A situação é bem mais grave nas instituições públicas do que nas particulares -o que revela uma falta de investimento recente no setor pelo governo (leia quadro ao lado).
Direito é campeão na desatualização das bibliotecas, tanto nas públicas como nas privadas.
A questão curricular e pedagógica é ainda mais complicada: 60% dos alunos de direito e administração afirmam que os seus cursos exigem pouco do estudante.
Esse índice é um pouco mais baixo em engenharia civil (35%) e química (23%), odontologia (31%) e veterinária (44%). Mas, mesmo assim, explica por que os alunos foram tão mal no provão (nenhum curso teve nota média acima de 5).
Mal dimensionado
As críticas não são diretamente aos professores -cuja didática recebe comentário positivo de mais da metade dos alunos. O problema é a organização do currículo.
Mais de 80% dos alunos das engenharias, de direito e de veterinária afirmam que as disciplinas estudadas são mal dimensionadas. A mesma proporção é observada em todos os cursos para a demanda por novas disciplinas, mais adequadas aos objetivos dos alunos.
O questionário socioeconômico respondido pelos estudantes revela também que há uma nítida mudança na mentalidade do universitário brasileiro, que começa a se adequar a um mercado de trabalho em rápida transformação.
Menos de 8% dos alunos de todos os cursos afirmam que, depois de concluir a faculdade, vão parar de estudar. O que mais atrai os formandos são as especializações.
Em odontologia chega a 82% os estudantes que afirmam que buscarão uma especialização. A pós-graduação atrai poucos (11% em engenharia química, que tem o índice mais alto).
(FR)

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