São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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Ênfase na titulação preocupa ministério

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O provão deverá passar a incorporar novos indicadores de qualidade dos professores de cursos universitários. O problema é que atualmente só se usa a titulação (ter mestrado ou doutorado) e a jornada (ter contrato de mais dedicação à faculdade) como critério de qualidade.
"Me preocupa essa ênfase que está ocorrendo na titulação", afirma Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do Inep, órgão do MEC que organiza o provão.
"Em uma faculdade de odontologia, por exemplo, é muito importante ter professores com experiência na clínica. Em direito, há juízes e promotores que, embora não tenham um título de pós-graduação, são ótimos professores."
Para Maria Helena, "a graduação é diferente da pós-graduação, que necessariamente precisa ter titulação. Não há uma relação tão direta entre a titulação e a formação de um bom profissional na graduação".
Por exemplo, a Faculdade de Direito Milton Campos, em Minas Gerais, obteve conceito A no provão em 96 e 97, mas tem seus professores avaliados com conceito E tanto na titulação como na jornada de trabalho. Já o direito da Universidade Gama Filho, do Rio, ficou com E no provão 97, embora tenha titulação e jornada A.
A idéia é criar indicadores que retratem também a experiência profissional dos professores. "Estamos iniciando estudos nesse sentido", diz Maria Helena.
(FR)

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