São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997 |
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Plantio de soja será maior que o de milho
FÁBIO EDUARDO MURAKAWA
Segundo previsão da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a soja deverá ocupar nesta safra 12,898 milhões de hectares (ha). A estimativa para o plantio de milho na primeira safra é de, no máximo, 10,437 milhões de ha. Levando-se em conta a área a ser ocupada pela safrinha, plantada a partir de fevereiro, a cultura chegará a 12,284 milhões de ha. Isso na hipótese, remota, de a safrinha repetir o desempenho da temporada passada, quando ocupou 1,847 milhão de ha. O desânimo em relação à rentabilidade do milho tem levado os produtores rurais a optar pela soja. "A chance do preço do milho reagir é pequena", diz o engenheiro agrônomo Humberto Nogueira Duarte, da Corol (Cooperativa Agropecuária Rolândia), de Rolândia, norte do Paraná. Já a soja, produto de exportação, atravessa um momento de alto preço no mercado internacional. Segundo Duarte, a política antiinflacionária tem tornado o milho pouco atrativo. "Se houver ameaça de aumento de preços, o governo desovará seus estoques para derrubar o mercado", afirma. Durante os nove primeiros meses deste ano, o preço médio do milho se manteve abaixo do preço mínimo estipulado pelo governo (R$ 6,70/saca). A saca da soja, em alta, passou de R$ 16,49, em média, em janeiro, para R$ 20,77, em novembro. "Mesmo considerando que a produtividade média do milho é maior, o preço não está compensando", afirma o economista Eduardo Leão de Souza, da Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo). Segundo Souza, em 1997 o preço de uma saca de soja equivaleu ao de 2,5 sacas de milho. A média histórica, de acordo com ele, é de 1,8. "Poucas vezes o milho esteve tão desvalorizado", afirma. Texto Anterior: O FMI e a Coréia Próximo Texto: Safra de trigo no RS cai 38,7% em 97 Índice |
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