São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997
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Coréia do Sul anistia ex-presidentes

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O candidato vitorioso nas eleições presidenciais da Coréia do Sul, o oposicionista Kim Dae Jung, e o atual presidente, Kim Young Sam, anunciaram ontem que darão anistia a dois ex-presidentes presos. Um deles, Chun Doo Hwan, perseguiu politicamente o candidato eleito e chegou a condená-lo à pena de morte.
Kim Dae Jung, que toma posse em fevereiro, almoçou ontem com o presidente Kim Young Sam. Do encontro resultou a proposta conjunta de anistia.
Ficou acertado que os dois ex-presidentes -Chun Doo Hwan e Roh Tae Woo- serão soltos e terão seus direitos políticos restituídos amanhã. Outros 23 assessores também serão libertados.
Os dois ex-presidente estão presos por participação em escândalos de corrupção política, um golpe militar, em 1979, e um massacre do Exército em 80, em Kwangju. Foram condenados em agosto de 1996. Neste ano, tiveram suas penas reduzidas: Chun, que seria levado à morte, passou a cumprir prisão perpétua. Roh, que ficaria encarcerado por 22 anos, ganhou um abatimento de cinco anos.
A anistia é uma tentativa do futuro presidente de atenuar vinganças políticas e arrecadar maior apoio ao seu mandato, que terá papel fundamental na administração da crise econômica e na reaproximação com a Coréia do Norte.
"Este é o momento para mobilizar recursos para a reconciliação e superação da crise econômica", disse Kim Young Sam.
Pouco após assumir o poder, em 1979, Chun Doo Hwan ordenou a prisão de Kim Dae Jung, que foi julgado e condenado à morte. Sua sentença foi depois reduzida para 20 anos de detenção, após pressões do governo dos EUA.
O veterano líder da oposição Kim Dae Jung derrotou o candidato do atual governo por pequena margem de votos na eleição presidencial da última quinta-feira. Seu concorrente, Lee Hoi Chang, já havia proposto ao presidente a adoção da anistia.
Kim terá também pela frente o desafio de cumprir as exigências impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que fez um empréstimo recorde de cerca de US$ 57 bilhões para amenizar a crise econômica sul-coreana. A Coréia do Sul terá de diminuir seu elevado ritmo de crescimento.

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