São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 1997 |
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Família e escola ajudam reabilitação
OTÁVIO DIAS
Em Angola, onde cerca de 4.600 crianças foram desmobilizadas desde o fim da guerra civil, em 94, é comum crianças serem recebidas com cerimônias tradicionais de purificação. "Há cantos, danças, o corpo é recoberto com uma pasta, os guerreiros tomam banho de rio e deixam a água levar a roupa embora", disse à Folha a pediatra brasileira Márcia Benévolo Jovanovic. Ela é diretora da Christian Children's Fund (Fundo Cristão para as Crianças) em Angola, uma ONG internacional de apoio às crianças. "As crianças e as famílias acreditam nesses ritos, que trazem a tranquilidade de que a guerra já passou e ajudam a olhar para o futuro", afirma a médica. Ainda assim, segundo ela, muitas crianças sonham com imagens de violência e dormem com dificuldade. Técnicas mais ocidentais de tratamento psicológico, como exercícios de dramatização ou aulas de desenho, são aplicadas. Segundo a psicóloga Hirut Tefferi, da ONG Save the Children no Sudão, país onde há conflitos em andamento, "só a escola impede que as crianças voltem a se alistar". "Por isso, mobilizamos as pessoas para que construam escolas nas vilas", disse à Folha. (OD) Texto Anterior: Crianças na guerra Próximo Texto: Pesquisa aponta conhecimento básico ruim Índice |
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