São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 1997
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Professores da USP recebem nota 7,8 dos estudantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores de graduação da USP (Universidade de São Paulo) receberam nota 7,8 de seus alunos. Esse foi o resultado de uma avaliação realizada no primeiro semestre deste ano em 35 unidades.
A nota corresponde à média obtida pelos professores -3,99- em uma escala de 1 a 5.
Foram avaliados 5.165 docentes. Cada um foi computado de acordo com as disciplinas que ministra. Assim, um professor que dá aula para mais de uma turma, foi avaliado mais de uma vez.
"O resultado é bom, mas estamos apenas no início de um processo. A avaliação vai servir como base de um diagnóstico dos problemas. Ela é um banco de dados importante", diz Carlos Alberto Barbosa Dantas, ex-pró-reitor de graduação, que foi responsável pela avaliação.
Um dos pontos diagnosticados, segundo Dantas, é o fato de que a nota tende a crescer nas unidades em que predominam turmas com poucos alunos. Enquanto na Escola de Comunicações e Artes a nota média foi 8,02 (que equivale a 4,01), na Escola Politécnica ela foi 7,58 (que corresponde a 3,79).
"Em turmas grandes existe uma tendência de criar uma distância maior entre alunos e professores, o que pode dificultar o relacionamento", diz Dantas.
Esse mesmo dado, porém, é usado como base de um argumento que vai justamente no sentido contrário.
"Acho que o resultado é mais verdadeiro em turmas grandes. Se um professor dá aula para poucos alunos e, por algum motivo, há um desentendimento entre eles, as chances de uma avaliação negativa é maior", diz Jair Borin, presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP).
Para Dantas, as informações podem ser usadas como elemento em uma eventual reformulação curricular e nas relações entre professores e alunos, visando aprimorar a formação e valorizar a atividade docente.
"A USP está preocupada em melhorar sua relação com a comunidade e em formar um profissional mais adequado às necessidades do mercado de trabalho", diz o reitor Jacques Marcovitch.
Isso pode significar a reorganização de currículos, o agrupamento de disciplinas e a adoção de metodologias menos tradicionais de ensino de modo a atender às necessidades de formação profissional.
Em novembro, foi realizada uma nova avaliação nos mesmos moldes da do primeiro semestre -os alunos respondem a um questionário com 20 perguntas que analisam aspectos didáticos, disciplinas e comportamento do aluno.
Na primeira etapa, 54,3% dos alunos (123.743) responderam o questionário.
"Parece pouco, mas como a avaliação foi feita em junho, quando boa parte dos alunos já não comparece mais às aulas, considero a amostragem significativa", diz Dantas.

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