São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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Jovem quer viver no perigo

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu quero viver a vida perigosamente." Com essa frase, a adolescente D.S.J., 15, explicou a seus pais em uma delegacia de polícia porque havia sido presa pela segunda vez por assalto em menos de um ano. Nesse dia, 1º de agosto, ela foi flagrada tentando assaltar um taxista utilizando uma pistola automática sem o pente onde ficam as balas.
Quando D.S.J. tinha acabado de pegar os R$ 67 que o taxista tinha na carteira, um carro da Polícia Militar parou ao lado do táxi. O taxista desceu gritando que estava sendo assaltado, e a garota foi presa.
D.S.J. confessou o assalto e disse que cometeu o crime por opção, pois não estava precisando de dinheiro. Mas para a vítima, o taxista Roberto Iarussi, a opção dela foi assustadora. "No início, achei que era brincadeira, mas ela gritava e apontava a arma, ameaçando me matar."
A mãe de D.S.J., a empregada doméstica I.S.J., disse que sua filha dá problemas desde o ano passado, quando a família veio da Bahia.
Em dezembro do ano passado, ela fugiu de casa, foi detida por assalto e envolvimento com drogas e levada ao SOS Criança. No final de junho, voltou para casa.
"Mas ela sempre disse que não queria ficar aqui, que queria liberdade e aventura", contou a mãe. Ela arrumou um emprego para a filha como entregadora de jornais, mas ela o abandonou.
A família acredita que o motivo da revolta de D.S.J. é a orientação religiosa que tenta lhe dar. Os pais e os cinco irmãos, sem passagens pela polícia, frequentam a Igreja Universal do Reino de Deus.
(OC)

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