São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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Comércio encurta os prazos do crediário

Prestação também cai

DA REDAÇÃO

Neste final de ano, o prazo médio e o valor das prestações em financiamentos de eletrodomésticos encolheram em relação à mesma época do ano passado.
Pesquisa da Servloj, empresa que administra cerca de 700 mil contratos de crédito direto ao consumidor em várias regiões do país, mostra que o valor médio das prestações caiu 24,4% entre novembro de 96 e novembro de 97.
Em 96, a prestação média no crediário de eletrodomésticos era de R$ 438,35, contra R$ 331,36 no mês passado. Ainda assim supera em 26% o valor médio em igual mês de 1995, de R$ 262,96.
O prazo médio dos financiamentos de eletrodomésticos faz uma curva semelhante (ver acima).
Em novembro de 95, quando o crédito ainda não estava tão solto, o prazo médio nos eletrodomésticos era de 5,3 meses.
No mesmo mês de 96 estava em quase 11 meses e em novembro passado já tinha caído para 6,89 meses, segundo a Servloj.
A queda do valor médio das prestações pode estar relacionada à exigência de uma entrada maior. Essa é uma das condições que parte do comércio passou a impor nos últimos meses de 97 para reduzir os riscos de inadimplência.
Quanto maior o prazo, maior o risco de inadimplência. É uma regrinha bem conhecida do comércio. Num período de 24 e até 36 meses, pode acontecer de tudo na vida de um consumidor.
Nos últimos meses, o imprevisto que mais contribuiu para a inadimplência foi o desemprego.
Às vezes, não é nem a perda de emprego de quem fez o crediário, mas de alguém da família. Como as despesas são rateadas, a prioridade numa situação de aperto é pagar o aluguel e a alimentação.
Os índices de inadimplência em novembro, segundo a Servloj, era de 29,90% nos atrasos até 30 dias e de 9,60% nos atrasos acima de 180 dias, aqueles que caracterizam, de fato, perda do crédito.
O índice recorde nesse atraso mais grave, de 11,44%, foi registrado em novembro de 95, após um pacote parecido com o atual.
Teme-se que agora ocorra aumento tão grande ou maior da inadimplência, mas a situação não é exatamente a mesma -pelo menos no comércio mais organizado.
A concessão de crédito ficou mais rigorosa, e não há mais a inexperiência de consumidores e credores com a estabilidade.

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