São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
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Bolsa de Seul volta a fechar com alta

Pequenas e médias empresas continuam em queda

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Bolsa de Seul fechou no sábado com alta de 0,3%. As ações dos bancos foram as que mais subiram, ainda sob o impacto do empréstimo internacional de US$ 10 bilhões anunciado na véspera do Natal. As maiores baixas foram as de empresas de construção civil.
A desvalorização das empresas de construção foi provocada pela decisão da construtora Chonggu, a nona maior empresa do setor na Coréia, de pedir a mediação da Justiça para renegociar dívidas.
As ações de pequenas e médias empresas continuam em queda, por conta da decisão do governo de retirar da economia US$ 10 bilhões em 98. A medida faz parte do acordo entre o país e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Analistas da economia da Coréia do Sul acreditam que outras empresas devem quebrar nas próximas semanas por problemas financeiros.
As ações dos bancos subiram depois que o presidente eleito, Kim Dae Jung, defendeu no sábado a flexibilização da legislação trabalhista, como parte das reformas econômicas acertadas com o FMI.
Kim Dae Jung disse que o próximo governo irá permitir a ampla utilização do mecanismo conhecido como "layoff", pelo qual os funcionários, em momentos de retração da economia, podem ser afastados para treinamento, por exemplo, com redução de salários.
Para economistas, essa medida vai estimular bancos estrangeiros a comprarem instituições financeiras coreanas, especialmente as mais rentáveis.
O presidente eleito afirmou ainda, em encontro com sindicalistas, que a decisão de permitir o uso do "layoff" é inevitável devido ao acordo fechado com o FMI, que ele pretende respeitar.
"Não podemos pedir aos trabalhadores que sejam os únicos a sofrer, mas a realidade da nossa economia requer a cooperação do FMI. Por isso, devemos apressar as reformas pedidas pelo fundo e o "layoff" é inevitável", afirmou Kim Dae Jung.
O banco central da Coréia do Sul criticou alguns pontos da reforma que deverão ser votados no Congresso a partir de segunda-feira, afirmando que tirariam a autonomia da instituição.
A crítica reacendeu a rivalidade entre o banco central do país e o Ministério das Finanças e Economia, que defende essas reformas. O Congresso vai votar 13 medidas na próxima semana, como parte do acordo firmado com o FMI.

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