São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Vendas surpreendem empresas
DA REPORTAGEM LOCAL O ano do El Niño pode ter trazido prejuízo para fabricantes de roupas de inverno, mas segurou a onda da galera do surfe.Boa parte dos fabricantes de pranchas atribui ao fenômeno climático o desempenho das vendas entre os meses de maio e setembro. "Nessa época, o faturamento cai 50%. Neste ano, conseguimos manter o nível", conta Márcio Domingues, 35, dono da Bessel. Rick Filho, 32, dono da Dakine, importadora e distribuidora de acessórios, dizia, em janeiro, que não conseguiria atender a demanda. "Calculava que venderia US$ 1,5 milhão em produtos. Mas conseguimos só a metade, porque o mercado esteve fraco todo o ano." A Dakine importa 60% dos acessórios. "Além de os consumidores estarem com o freio de mão puxado, as importações atrasaram." Apesar disso, ele avalia que 97 foi melhor do que 96. As vendas não cresceram tanto, mas garantiram um faturamento 30% maior. Papai Noel "gordo" Foi só um susto, pelo menos para alguns empresários. A subida repentina das taxas de juros, no início de novembro, chegou a intimidar muito comerciante por aí. Mas as vendas de Natal parecem ter dado um alívio. Quem trabalha com bens não-duráveis, como itens de vestuário e alimentação, nem teve tempo para se lembrar da crise asiática ou da recessão. Romildo Palmeira, 52, dono de duas lojas de colchões em São Paulo, se dizia apreensivo com o salto dos juros. Mas o temor de que não tivesse dinheiro para pagar o 13º dos funcionários foi só passageiro. "Surpreendentemente, as vendas não foram afetadas", diz hoje. Pereira, que pensava em prorrogar a dívida com os fornecedores, deve fechar o balanço deste mês com um faturamento 20% maior. As sócias Ivone Ramalho, 54, e Regina de Castro Toledo, 54, donas de uma butique em São Paulo, estavam pessimistas. As vendas logo após o pacote estavam 10% abaixo das de 96. "Prevíamos um Natal pior, mas estamos com o mesmo movimento", diz Ivone. A vivência de vários pacotes baliza a teoria do microempresário Palmeira: "Os juros altos afetaram a venda de bens mais caros. O consumidor não deixou de gastar com itens mais baratos". Para esses empresários, a assombração do prejuízo era só Papai Noel disfarçado. Onde encontrar - Bessel: (011) 299-1253; Dakine: (011) 531-5535. Texto Anterior: Ritmo do Olodum gera negócios Próximo Texto: 'Mulher-gato' quer ser magnata de franquias Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |