São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Candidatos fazem promessas semelhantes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Canal de TV a cabo, aumento de salário, aumento da verba de gabinete, verba para publicidade do Legislativo e reforma do plenário. Está valendo qualquer promessa na campanha para a presidência da Câmara dos Deputados.
O apoio do Palácio do Planalto não é o único fator que pesará na eleição. O voto de cada deputado também será definido a partir da análise de cada uma das dezenas de promessas feitas pelos três candidatos ao cargo.
O deputado Michel Temer (PMDB-SP) assumiu o discurso de Wilson Campos (PSDB-SP) para conquistar o chamado "baixo clero". Prisco Viana (PPB-BA) seguiu o mesmo caminho, o que deixou as campanhas muito parecidas.
Temer foi o primeiro a propor, no plenário, a criação da TV a cabo. Campos avisou que já havia feito a promessa em junho de 96. Num debate fechado para deputados, Temer prometeu estudar um aumento dos salários de R$ 8.000 para R$ 10,4 mil.
Salários
Os três candidatos propõem melhores condições de trabalho nos gabinetes, o que implica melhor remuneração para os servidores. Temer justificou suas propostas: "É o preço da democracia".
Prisco repetiu a frase uma semana depois, ao justificar um possível aumento salarial para os deputados. "Fizemos uma opção pela democracia. E democracia tem custo", disse.
Ele defendeu que o salário deve ser discutido de forma transparente com a sociedade. "Temos que discutir com a sociedade um valor para que o parlamentar possa exercer o mandato com independência".
Publicidade
Prisco também defende que o Congresso tenha no Orçamento da União uma verba específica para fazer a sua publicidade. "O Executivo gastou R$ 300 milhões em publicidade em 96. Por que o Legislativo não pode ser sua verba?"
O discurso de Campos no plenário foi repleto de promessas, como acesso de todos os deputados ao Sistema Integrado de Administração Financeira e Internet, reforma do plenário e do painel eletrônico, melhoria do serviço médico e criação da figura do ombudsman.
Igualdade
Wilson Campos (PSDB-PE) dirige sua campanha para o "baixo clero" -grupo de deputados de menor expressão. Esse é um dos pontos de sua plataforma: "Na nossa gestão não haverá deputados de primeira, segunda e terceira classes. Aqui todos somos iguais".
O deputado diz ainda que, em sua gestão, o gabinete do presidente estará sempre aberto "aos companheiros" e que esta será a "última eleição da Mesa em se ouvirá a expressão 'baixo clero"'.
Prisco Viana, por sua vez, promete independência em relação ao Executivo. Critica a centralização da elaboração do Orçamento pelo governo federal e o excesso de medidas provisórias. Resume seu compromisso com o lema "harmonia sim, submissão jamais".

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