São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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PSDB estuda se fecha questão a favor de ACM

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O sucessor do senador José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado -e do Congresso- será eleito na terça-feira, mas a disputa já poderá ser decidida amanhã, caso o PSDB decida apoiar em bloco o candidato do PFL, Antonio Carlos Magalhães (BA).
A votação no plenário será secreta, em sessão que começa às 14h30. A bancada de 13 senadores tucanos, que se tornou a fiel da balança da disputa, está dividida sobre a conveniência ou não de fechar questão em torno de ACM.
Apesar de ser o candidato do governo, alguns senadores tucanos acham que a declaração de voto a favor de ACM seria uma agressão desnecessária contra o outro candidato, Iris Rezende (PMDB-GO).
O candidato peemedebista telefonou ao presidente Fernando Henrique Cardoso, na última quinta-feira, e pediu para que a bancada tucana fosse liberada e que cada senador votasse no candidato que quiser. Na sua avaliação, isso garantiria sua vitória.
Rezende acha que a votação secreta o beneficia. "Nosso sucesso estará no sigilo da votação", disse.
Os dois candidatos permaneceram em Brasília neste final de semana, em avaliações com seus aliados e no corpo-a-corpo com os eleitores.
O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), ainda está à procura de uma saída para evitar a disputa entre os dois, que são de partidos aliados do governo.
"Em uma eleição desse tipo, a solução só sai na 25ª hora", disse Machado. Alguns tucanos ainda apostam na desistência de Rezende. Só que o candidato do PMDB acredita que tem possibilidades concretas de vitória. Mas, enquanto ACM já fala como vitorioso, Rezende prefere a cautela.
Cédula
O modelo da cédula de votação foi definido quinta-feira pela comissão criada por Sarney para estabelecer as regras da eleição.
Os 81 senadores receberão cédula única e o nome de ACM será o primeiro, pelo critério da ordem alfabética. Isso, segundo o senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB), não vai beneficiar o candidato baiano.
"Como o eleitorado é pequeno e quase todos os eleitores são alfabetizados, não vai ter problema", disse Cunha Lima (PMDB-PB), brincando com a situação.
A comissão que fixou as regras da eleição é formada pelos senadores Nabor Júnior (PMDB-AC), Bernardo Cabral (PFL-AM) e Geraldo Melo (PSDB-RN).
Eles também negociaram com os dois candidatos a formação da futura Mesa Diretora, para evitar disputa também pelos outros cargos. O partido do candidato vencedor terá direito à presidência. O segundo cargo mais importante (1ª secretaria) será preenchido pelo partido do candidato derrotado.
Ao PSDB, caberá o terceiro cargo mais importante (1ª vice-presidência) e, ao bloco das esquerdas (PT, PDT, PSB e PPS), a 2ª vice-presidência, que está em quarto lugar na ordem de importância.

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