São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Procure um especialista logo aos primeiros sintomas

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Equipamentos computadorizados estão permitindo diagnósticos cada vez mais precoces e precisos das doenças que afetam o ouvido interno. Identificado o distúrbio e acompanhando sua evolução, o tratamento será mais eficiente.
A recomendação dos especialistas é que as pessoas procurem ajuda médica assim que percebam sintomas como zumbido, tontura ou redução na audição.
Alguns laboratórios e hospitais universitários já contam com um equipamento que realiza a "nistagmografia computadorizada", uma exata avaliação da função do equilíbrio corporal por meio da análise do movimento do globo ocular em resposta a estímulos.
"A tontura em crianças e adolescentes vem sendo subestimada devido à dificuldade na sua identificação", diz Maurício Ganança, da Escola Paulista de Medicina e do Laboratório Fleury.
Outro exame, o P-300, permite que se determine o potencial cognitivo do paciente. Ao medir a velocidade da recepção e integração dos estímulos auditivos no cérebro, o aparelho "abre uma janela para investigação em diversas áreas", diz Mário Sérgio Munhoz, também do Fleury e da EPM (da Universidade Federal Paulista).
Um terceiro equipamento permite que a perda de audição seja diagnosticada sem a colaboração do paciente. O aparelho funciona por otoemissão acústica e possibilita, por exemplo, testar a capacidade de audição em bebês.
Enquanto equipamentos convencionais de audiometria de tronco encefálico tomam até 20 minutos e exigem a colocação de eletrodos, esse precisa apenas do contato de uma sonda por dois minutos. É um teste de triagem. Os pacientes que apresentam problemas mais complexos -menos de 5%- passarão por outros exames.
"Os bebês deveriam ser submetidos a esse teste ainda na maternidade", diz Munhoz. Nos EUA, há um consenso médico para que a audição das crianças seja testada ao nascer, depois de 1 ano e ao se iniciar a alfabetização.
Nelson Caldas, da Universidade Federal de Pernambuco e da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, diz que no Brasil recomenda-se que os testes sejam feitos em bebês de risco -aqueles de baixo peso, que sofreram traumas no parto ou nasceram de gestações complicadas.
"Mas mesmo esses bebês não são testados na maioria das maternidades", diz.
(AB)

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