São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Médico recomenda Prozac para crianças
FERNANDO ROSSETTI
É crescente nos Estados Unidos a posição de que as crianças também se beneficiariam desses medicamentos. A defesa mais forte dessa abordagem é feita no livro "A Culpa Não É de Ninguém - Nova Esperança e Ajuda para Crianças Difíceis e seus Pais" ("It's Nobody's Fault", Times Books, 303 págs., US$ 25). O livro ainda está inédito no Brasil. O autor do livro, o psiquiatra Harold Koplewicz, 44, afirma que muitos pais pensam que é por sua culpa -por estarem trabalhando demais, ou por estarem se separando- que o filho tem problemas na escola ou com os amigos. 'Qualquer outra doença' Na verdade, de acordo com psiquiatra, o que muitas dessas crianças realmente têm é uma desordem cerebral, que precisa ser tratada, "como qualquer outra doença", diz ele. Koplewicz é diretor da Divisão de Psiquiatria de Crianças e Adolescentes da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, onde leciona psiquiatria clínica. Sua defesa aberta de medicamentos para desordens emocionais para crianças é bastante controversa para a maioria dos brasileiros que trabalham na área. "O Brasil é muito dominado pela linha psicanalítica, que se instalou no país em meados deste século e é avessa a qualquer tratamento com medicamentos", afirmou à Folha o psiquiatra Larry Silver, da Universidade de Georgetown, em Washington, que já trabalhou com diversos profissionais da área brasileiros. Koplewicz critica a idéia que os pais têm de que são eles os culpados por qualquer distúrbio da criança. "Um divórcio, por exemplo, pode fazer mal para uma criança, mas não causa um defeito no cérebro", diz ele. A medicação, no entanto, só é necessária se os problemas como ansiedade ou hiperatividade estiverem prejudicando a vida da criança, explica o psiquiatra em entrevista à Folha (leia no texto abaixo). Texto Anterior: Querem ir embora no melhor da festa Próximo Texto: Algumas desordens cerebrais de crianças e adolescentes Índice |
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