São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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As origens do Carnaval

HÉLIO SCHWARTSMAN
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Ritmos e movimentos musicais brasileiros apresentam origens sempre bastante populares, às vezes, com forte acento africano.
Com a aproximação do Carnaval, o primeiro ritmo a ser lembrado é o samba. O termo parece vir do quimbundo (língua banta angolana) "semba", significando "umbigada". É que nas antigas rodas de escravos, o dançarino solista costumava chamar um outro para substituí-lo dando-lhe uma bordoada com seu baixo ventre. A relação samba-Carnaval-umbigo fica, assim, visceral.
Já o frevo é o que os linguistas chamam de forma metatética de "fervo", ou seja, um simples "eu fervo" com um clássico desvio de pronúncia, como no comuníssimo "pobrema" em vez de "problema". Um desenvolvimento paralelo pode ser a "ferveção" do dialeto clubber.
Mais propalada do que provada é a versão segundo a qual o forró seria uma corruptela popular brasileira do inglês "for all" (para todos), os bailes abertos à população em geral. Entre os filólogos, porém, prevalece a tese de que "forró" é forma reduzida de "forrobodó", um brasileirismo de origem expressiva (quase que onomatopaica), atestado pela primeira vez em 1899, designando "confusão" e, daí, "baile popular".
Também têm origem africana o maracatu, o maxixe, a milonga e até o tango argentino, muito embora, naquele país, a influência de escravos negros tenha sido insignificante. Na verdade, o termo é importado de Cuba.

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