São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Investidor deve esperar até 98

DA REPORTAGEM LOCAL

Um investidor que leve a ferro e fogo o estigma dos números deve esperar até o ano que vem para comprar ações. Na média, os anos terminados em oito são ótimos para Wall Street -registraram alta de 16,6% em média, de 1914 a 96.
O palpite vale inclusive para o investidor nacional, que deve estar ciente das premissas em questão.
Isso porque o mercado nacional de ações tende a ir na onda dos movimentos de Wall Street -fenômeno que ganha importância com a crescente globalização dos mercados financeiros.
Assim quando o pessimismo baixa em NY, ecoa na Paulista.
Por exemplo, neste início de ano, o mercado de Nova York tem oscilado bastante, principalmente por causa da possibilidade de aumento dos juros na economia dos EUA.
Quando os juros sobem por lá, investidores norte-americanos preferem vender ações para comprar títulos de renda fixa, que têm risco muito menor.
Quando eles fazem isso, tiram recursos de NY e tiram também recursos do mercado brasileiro. Com isso os preços caem lá e cá.
Ao longo do mês de janeiro, a sincronia dos dois mercados se repetiu. Enquanto o de Nova York subiu 5,7%, a de São Paulo foi no mesmo sentido -alta de 13,1%.
Razões econômicas Porém, ainda que esses números sirvam para abrir novas perspectivas, os analistas tradicionais preferem seguir os índices econômicos.
E dessa perspectiva a situação é bem mais animadora, especialmente para o mercado de NY.
Lá o país vive uma lua-de-mel com seus indicadores econômicos. A inflação é baixa e a economia cresce com vigor.
No último trimestre de 96, por exemplo, o PIB dos EUA cresceu a uma taxa anual de 4,7%.
E foram também os indicadores econômicos que serviram para explicar o "crash" de 87.
Na ocasião, os EUA conviviam com altos juros -que dificultavam os investimentos-, a perspectiva de desvalorização do dólar e déficits comerciais.
O quadro, por sinal, é muito próximo do que vive a economia brasileira neste início de ano.
A diferença, diz o governo, são as perspectivas de investimento e retomada das exportações.

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