São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Bolsa negocia em 97 sob o infortúnio do número sete

Levantamento mostra que queda média em Nova York foi de 4,7%

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os anos de final sete não costumam dar sorte à Bolsa de Valores de Nova York. Levantamento do desempenho de Wall Street desde 1914 mostra que o mercado nova-iorquino de ações caiu 4,7%, em média, nesses anos.
O resultado é bastante ruim quando se considera que em todo o período analisado -de 1914 a 1996- a principal Bolsa do mundo subiu em média 8,3% ao ano.
Como não poderia deixar de ser, o desempenho ruim dos anos terminados em sete inclui o resultado da Bolsa de Nova York em 1987 -quando uma crise de confiança derrubou os preços das ações 22,6% em poucas horas.
Os números, consolidados a pedido da Folha pelo Banco Patrimônio, associado ao norte-americano Salomon Brothers, confirmam a recorrência do sete quando o assunto é queda da Bolsa.
O sete aparece mesmo quando a queda se refere a anos com outros finais.
Por exemplo: dos dez finais possíveis para cada ano -do zero ao nove-, apenas outros dois apresentam resultado negativo. São eles os anos que termimam em zero e um, que caíram, respectivamente, 7,0% e 0,7%, em média.
Crescimento de 7%
Mas não é só: nos seis primeiros anos de cada uma das décadas do levantamento, o mercado de ações de Nova York apresentou crescimento médio de 7%.
Já nos últimos quatro anos -e vale lembrar que estamos no primeiro desses quatro- o desempenho é bem inferior: alta de 1,2%.
Quem desconfiar que essa linha de análise não é séria pode até, se quiser, recorrer à própria numerologia para tentar invalidar a tese.
Ocorre que, de acordo com os numerólogos, o que vale não é o último número do ano, mas a soma de todos os algarismos. Ou seja, para a numerologia o que importa, no caso do ano de 1997, é o número 26 e não o sete.
'Crash' de 87
O fato é que na memória recente de Wall Street está cravado o dia 19 de outubro de 1987, quando em os investidores tiveram um prejuízo estimado na ocasião em US$ 600 bilhões.
Esse dia, uma segunda-feira, entrou para a história do mercado como o "crash" (queda bruca).
O termo faz referência ao "crack" (quebra) de 1929, quando o mercado nova-iorquino literalmente quebrou, arrastando outros países, Brasil incluído.
Em 29 assim como em 87, o pânico baixou em Nova York numa segunda-feira de outubro.

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