São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Seguradora quer teste de DNA Empresas estudam pedir exames para seguros de vida LUCIA MARTINS
Os testes ajudariam a traçar um perfil mais aproximado do futuro segurado, fazendo uma investigação do histórico genético e da probabilidade de o cliente vir a ter uma doença hereditária grave no futuro. A divulgação da possível nova estratégia das empresas que fazem seguros (principalmente de vida) provocou reações de todos os lados no Reino Unido. Parlamentares, associações de segurados e a comunidade médica criticaram a possível introdução da nova regra. Apesar de não haver nenhuma lei que proíba a seguradora de vasculhar as informações genéticas dos clientes, os críticos afirmam que a nova norma é discriminatória e pode ter efeitos negativos para os usuários -como aumento das tarifas até a recusa dos clientes. "Precisamos olhar para essa mudança do ponto de vista ético. O uso de estudos genéticos vão muito além do que a busca de informações médicas tradicionais. Acho que é invasão demais", disse Nicholas Winterton, ex-presidente do Comitê de Saúde do Parlamento britânico. O Comitê de Ciência e Tecnologia também já se pronunciou contra a mudança. Avaliação A Associação das Seguradoras Britânicas (que reúne as empresas que possuem o maior número de clientes da Europa) se defendem dizendo que os testes só seriam mais um ponto na avaliação final do cliente. Elas não teriam o peso de outros parâmetros porque as análises genéticas ainda estão longe de serem precisas. "Ainda estamos avaliando o que vamos fazer. Nada está acertado", diz Malcon Tarling, assessor de imprensa de associação. Cerca de 60 seguradores se reuniram na semana passada e continuam esta semana uma série de encontros para discutir o assunto. Aids A cautela com que a associação está tratando o assunto é justificada. As empresas seguradoras não querem repetir a má repercussão causada pela tentativa de exigir exames de HIV de quem quer fazer um seguro. A exigência foi proibida após a divulgação de casos de pessoas rejeitadas por causa dos resultados dos testes. Mas, para burlar a proibição, o que muitas empresas fazem é simplesmente colocar no questionário mais uma pergunta: "Se o usuário já fez algum teste de HIV?" Aqueles que respondem "sim" são considerados clientes que envolvem mais riscos e, por isso, muitas vezes recusados. Os críticos temem que o mesmo procedimento seja adotado com os exames de DNA. Texto Anterior: Estudo prevê crescimento de 3,5% em 97 Próximo Texto: Executivos excluem férias do calendário Índice |
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