São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Teles é área de divergência

DO ENVIADO ESPECIAL

No caso de telecomunicações e tecnologia da informação, Eizenstat está, de fato, repetindo a posição padrão dos EUA.
Na semana anterior, delegados brasileiros e norte-americanos já se haviam reunido em Genebra, sede da OMC (Organização Mundial do Comércio), para discutir a eventual participação brasileira no acordo sobre telecomunicações.
As negociações nessa área recomeçaram dia 15, com prazo de um mês para serem concluídas. Envolvem toda a área de telefonia convencional e de comunicações telefônicas via satélite.
Os norte-americanos deixaram claro que querem que o Brasil abra totalmente seu mercado à participação estrangeira.
O governo brasileiro admite até discutir o assunto, mas dificilmente chegará a 100% de abertura, a julgar pelo paralelo da telefonia celular em que o capital estrangeiro pode ficar com, no máximo, 49% do capital das empresas do ramo.
Já no caso da tecnologia da informação, a divergência é maior. Os EUA são os líderes na negociação de um acordo para zerar até o ano 2000 tarifas de importação nessa área. O Brasil nega-se a participar do acordo, como Lampreia reiterou ontem em diálogo com a deputada norte-americana Nancy Johnson (republicana).
"Já reduzimos nossas tarifas de importação de 55%, em 1989, para 12% atualmente (na média). Não se pode esperar que baixem a zero nos próximos cinco ou seis anos", dizia Lampreia.
Foi depois desse diálogo que Eizenstat disparou seu ultimato, no qual lamentou que países que, segundo ele, já têm status de desenvolvidos se recusem a fazer parte da "massa crítica" para a finalização dos acordos em ambas as áreas.

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