São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Collorgate influenciou carreira

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Richard Rasmussen, 27, diz que a decisão de se tornar investigador contábil e ingressar em uma profissão que conta com poucos especialistas só foi tomada depois de se formar em ciências contábeis, no final de 1991, pela Universidade de São Paulo.
A política brasileira teve um peso decisivo na sua vida profissional, já que ele decidiu seguir carreira como investigador influenciada pelo caso Collor.
"Tudo aquilo estourou mais ou menos na época em que eu estava recém-formado. Foi uma coisa incrível, principalmente a parte da lavagem do dinheiro."
Carreira
Hoje ele é gerente de auditoria da Rasmussen Associados Auditores Independentes, uma das poucas que fazem trabalhos de investigação contábil, onde coordena auditores que atuam na área fiscal da fraude.
"Não tenho nenhum problema em dizer que tenho um familiar aqui (seu pai é dono da empresa). Garanto que não é por causa disso que continuo na empresa. Gosto muito da profissão, quero me aprimorar na área e trabalho duro para isso."
A profissão tem vários atrativos, afirma. O principal é a chance de lidar com uma área que conta com poucos especialistas.
Vantagens
Mas, na opinião de Rasmussen, o melhor dessa atividade é que o trabalho é muito valorizado pelos clientes.
"O profissional acaba sendo também muito respeitado, o que não é tão comum em outras especialidades", afirma.
"Há até um lado curioso. Os funcionários das empresas para as quais trabalhamos passam a temer a nossa presença ali. Dá para perceber isso facilmente."
Inconveniente
Para o profissional, o único inconveniente da atividade é ter de mexer com arquivos.
"Não há como fugir disso, faz parte do trabalho. O problema é que os arquivos são todos sujos, empoeirados, só quem precisa lidar com eles sabe."
Rasmussen, no entanto, diz que sabe que os arquivos cada vez mais farão parte da sua vida, já que a tendência é que aumente a procura por trabalhos de investigação contábil no país.
Com isso, o campo de trabalho do investigador também deverá ser ampliado, principalmente em órgãos do governo.
"Aumentou muito o número de empresas que procuram o nosso trabalho. Os empresários e o governo parecem estar mais conscientes da necessidade de frear a perda do dinheiro."
(CAS)

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