São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Esportes de impacto 'vetam' meia-idade
JOSÉ ALAN DIAS
Quem pertencer a este grupo, e quiser fazer sua iniciação esportiva, terá que se contentar com natação, tênis, corrida, variações da ginástica ou modalidades como dança de salão e hidroginástica. Essas são atividades oferecidas pela maioria dos clubes e órgãos oficiais. Grande parte do problema está atrelado ao fato de que a pratica esportiva é encarada como uma atividade para jovens e crianças. A Secretaria Estadual de Esportes de São Paulo, por exemplo, mantém duas grandes unidades esportivas: Água Branca e Conjunto Poliesportivo do Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera. Dispõem de 20 modalidades esportivas, que vão do futebol ao arco e flecha. Mas os cursos para os adultos se limitam ao condicionamento físico, natação e ginástica. "Não oferecemos cursos de outros esportes porque as pessoas dessa idade não procuram ou nem sabem que existem ", diz o diretor do conjunto, Antonio Carlos Pereira. "As pessoas que praticam arco e flecha, por exemplo, já tiveram alguma iniciação e vêm aqui porque as instalações são boas." Entre os clubes paulistanos também não há muita diferença. Corinthians e São Paulo (leia texto nesta página) descartam seus "velhinhos". A Portuguesa só tem aulas de vôlei para mulheres e o Palmeiras investe na natação. Não que os esportes estejam banidos, mas são praticados em nível de recreação. Se quiser, o interessado pega a bola e usa a quadra do clube, mas sem acompanhamento. A exceção é o Pinheiros, que desenvolve cursos de iniciação esportiva para todas as idades. A procura A explicação apresentada pelos clubes e entidades é que não existe demanda suficiente que justifique a manutenção de cursos para a meia-idade. "A gente abriu vaga este ano para judô e basquete, e ninguém se inscreveu" diz Rosana Oliveira, supervisora do Palmeiras. "Na verdade não existe uma tradição esportiva para pessoas dessa idade. É uma questão cultural. Elas acabam relegadas a um nível inferior", diz Erinaldo Luiz de Andrade, do Celafiscs (Centro de Estudos do Laboratório de Atividade Física de São Caetano). As alternativas Pessoas como o consultor de informática Leonaldo Lemos, mesmo amantes de determinado esporte, adotam outro por considerar mais "leve" Depois de jogar futebol na juventude e ficar 15 anos sem nenhuma atividade física, Lemos, 39, decidiu aprender a jogar tênis. "Eu gostava muito de futebol, mas o tênis não exige muito da gente. Quando você fica mais velho, começa a ter medo de um contato físico mais brusco." O consultor, que adotou o novo esporte há um ano, seguiu os mandamentos dos especialistas antes de suar. Submeteu-se a uma avaliação física, e faz check-ups uma vez por ano. Texto Anterior: Olympikus faz prévia da 2ª fase da Superliga; Pony/Corinthians duela com o Flamengo no Rio; Salto de húngara é novo recorde indoor Próximo Texto: Esforço deve ser agradável Índice |
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