São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
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Bons exemplos

SÍLVIO LANCELLOTTI

Num lance de modernidade, além de elogiável, a Federação Paulista de Futebol decidiu imitar os principais países da Europa e reuniu, em Campos do Jordão (SP), os 28 árbitros e os 22 auxiliares que cuidarão dos jogos do Paulista-97.
Sim, eu sei, já havia acontecido dois outros encontros do gênero, em 1995, na capital, e em 1996, na cidade de Campinas.
Nenhum, porém, tão longo, 19 dias, e tão ambicioso -por exemplo, o procedimento se estenderá a outros encontros, dos mediadores com os técnicos, os capitães dos clubes e alguns representantes da imprensa. Exatamente como na Europa.
Continua pouco, no entanto, perto do que já providenciam as maiores entidades do futebol do velho continente.
A Itália, caso mais avançado, velozmente vai programando a profissionalização dos seus árbitros.
Paolo Casarin, o presidente da CAN, a comissão que designa os mediadores das pelejas daquele país, planeja uma revolução impactante, talvez já para 1997: nos meios de semana da Bota, quando não ocorrem jogos oficiais, os árbitros dirigirão os treinos coletivos das agremiações.
Dessa maneira, imagina Casarin, além de se manterem em ação, vivamente, simulando o seu trabalho oficial, os árbitros também garantirão a permanente reciclagem dos atletas dentro das normas legais.
Na Task Force da Fifa se desenvolve uma outra idéia bem diferente do convencional. Sugere a craque peninsular Carolina Morace, a única mulher do comitê, que ex-jogadores com um mínimo de dois anos de experiência nos gramados tenham prioridade de inscrição nos cursos de arbitragem.
Ninguém garante que ex-atletas se tornem grandes mediadores. Existe muita lógica, todavia, na proposta de Morace. Nada como um velho boleiro, afinal, para conhecer bem de perto as manhas dos seus ex-colegas...

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